APELO DE METÁFORAS E SIGNOS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@


Julgar-me-ia louco se meu sofístico-poético

Da boca não fosse liberto,

Da língua não fosse artificiado solene,

Dos olhares não fosse visionado transparente,

Se meus dedos das mãos travassem

Quando desce a noite,

Inicia o silêncio da solidão

Que sacramenta as carências e volos,

Se meus olhos, chuvas e luzes,

Arredios... não mais vislumbrassem,

Despertando sensações serenas, ternas,

Ampliando sentimentos futurais do Ser e Tempo,

E se o pêndulo mental

Que meu crânio abriga

Não emoldurasse bandeiras brancas

Aos monumentos póstumos que edifiquei,

Aos castelos perpétuos que criei

Dentro de horas e tempo não dissociado

Contidos em meu instinto de perpetuidade

Emergentes das águas a desaguarem

Na nudez dos símbolos e emoções,

No apelo das metáforas e signos,

No rogo das metafísicas e metalinguísticas

Orbitados nas mãos cumplicentes

Das palavras a circundarem

Ideais, saudades, verdades e buscas...

Absurdas belezas dessa "Vida"

Incabível num só "POEMA",

Quaisquer que sejam de estilo e linguagem

Aos olhos indescritíveis

***

Há um triste canto de melancolias,

Cântico de quimeras ardentes

A aquecerem as faltas, lapsos do sublime

Em meu silêncio, audíveis e rumorosos

Transpõem frestas e frinchas

De encontro a rostos abrasados

Sintomas reprimidos da indignação

Sem sublevação, soluços são tragados

No refúgio d'alma

Para que sôfregas perscrutações

Disfarcem o desgarro da

Voragem longa de pesadelos

E novos semblantes ergam-se no sossego

De outros caminhos até a eternidade

Antes que seus passos arrastem

Repulsões e ascos desse mundo

No repasse trazendo danos a almas divergentes

Aos pasmos de sombras assumidas na cara

De todos que brindam inverno antecipado, Agasalham idílios e quimeras com cobertores,

Aí que meu olhar se perde lá, bem à frente

Na história ainda suspensa nos opostos

Das razões abstracionadas,

Intelectos metafísicos, exegéticos,

No requinte das minhas palavras prudentes...

Por vezes, impudentes,

Afinal, ... ainda não sabem

À frente tudo pode acontecer e...

Nele, o (Inverno), o Frio para todos será?

RIO DE JANEIRO(RJ), 20 DE ABRIL DE 2021, 09:17 a.m.

 

 


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