BENGALA HOJE NA MÃO, ONTEM GARLOPA... GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ¨¨¨¨¨¨


Das origens, a copa frondosa de árvores

Já vi árvores carregadas de folhas viçosas, frutos

Baloiçando ao vento, respingadas das brisas da madrugada

Já as vi destituídas de única folha, secas, mortas...

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Pensamentos leves, idéias suaves,

Acasos de crepúsculos, ocasos de anoiteceres,¨

Causos de insones madrugadas ao léu de quimeras,

Visões das interdições e das rebeldias em transgredi-las,

Lendas de peregrinos nas trilhas de florestas

A caminho de grutas e cavernas onde espairecerem as idéias,

Brisa serena,

Sentimentos a-nunciados nos interstícios almáticos,

Distantes as imagens que se lhes re-velam

Nada pairando tranquilo no vento,

Vazio flutuando calmo na neblina da colina,

Silêncio, nada se lhe ouve, qualquer nota,

Que id-en-tifique átimo de som,

Solidão, eis a súpera sensação tão almejada,

Longe das coisas, distante dos objetos,

Nada de homens ao redor,

Desfrutando a tarde do bosque,

Vazios de princípios aos precípios

A-nunciando sussurros de vozes ritmados,

Cantata às corujas que chirriam a perquirição dos Pensamentos, idéias, inspirando as quimeras,  

E se me ouvirem con-versando com os sibilos

De vento entre montanhas, as nonadas da orla marítima,

Simples banquete de palavras,

Comemorando a liberdade

De vivenciar instantes efêmeros,

Passageiros, etéreos,

Arrasbiscando de cor-agens

O espírito...

Sarrasbicando de trafulhas e engenhos

A anunciação das carências da alma,

Ah, passagem das horas nos ponteiros lentos do relógio,

Ah, passagem dos instantes nas idéias

De sonhos da existência

Ah, passagem dos desejos

Do que supera e suprassume contingências,

Ah passagem da liberdade

Que re-colhe e a-colhe da consciência de existir

A mão vazia que preenche de utopias as andanças...

¨¨¨¨

Nada é concebível...

Vazio é inteligível ao ritmo das utopias

Para compor as linhas da multiplicidade das esperanças,

Pudesse des-conhecer, como aqui e agora,

A falsa gentileza vã do tempo,

O que é doce agora, amanhã será amargo,¨

A insana diplomacia da solidão, amanhã será silêncio da liberdade,

Bengala hoje na mão, ontem garlopa...

Rio de Janeiro(RJ), 26 de abril de 2021, 21:27 p.m.

 

 


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