BIRUTAGENS DIALÉCTICAS DE BIRUTAS ESQUIZÓIDES GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ###


Epígrafe:

No leito da instantânea saudade, posso sentir

Sonoridades de cristais na taça volátil do pensar

Prospectivo engendra resfolegante, sagaz

Rangem ao tangenciarem

Revérboros na formatação

Elástica de minhas ideias

Interativadas aos devaneios marítimos, símbolos da vida

Atando-me estritamente

Aos fragmentos de peculiares sonhos

Fantasias estranhas. (Graça Fontis, in ‘AZ-VIANDO CAMINHOS)

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Se, tomando em conta exclusiva as birutagens cometidas em relação aos códigos estabelecidos nas cláusulas escusas sobre os dogmas do efêmero e do eterno, preceitos da imortalidade e do sarcasmo, cujas benesses preenchem bastante as lacunas das interessâncias interessantes  que interessam os interesses do interessado em saber o que em verdade significa este preceito por ser birutice engendrar imortalidade e sarcasmo, a menos que se “ulucubre” que o sarcasmo é a chave de ouro que abre a imortalidade para todas as visões do panorama e paisagem do sentido mesmo de existir, mofar dos valores e virtudes pré-estabelecidos é condição sine qua non para mostrar a dignidade e honra, ser biruta em crise de birutice, crise contundente, pujante, como se à essência faltasse algo de primordial, carecesse dele, e esteja reclamando, rogando por todos os santos, amor a Deus, que fosse legada para que assim se vangloriasse de suas dúbias e ambíguas intenções.

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Ser biruta em crise de birutice pode isto imaginar ser tolice, por isso seja interessante investigar as razões deste preceito da imortalidade e o sarcasmo ser ipsis litteris condenável, transgredir pode desvairar as birutices, e só havendo único modo de impedir, cicuta como paliativo. Atribuindo-lhe o título de birutice birutóide, referindo ao eidos do vazio, sendo melhor aceitar o conselho de não enveredar para tal coisa de perquirição, o diabo a vinte e quatro cuida de inventar arbítrios, cujos alvedrios solenes é se há culpa no fato de ser sarcástico, se o sarcasmo é chave de ouro para abrir a multiplicidade de coisas ambíguas e dúbias que a birutice birutóide acolhe com tanto fervor e paixão, se não há culpa por que ele o diabo vai recolher no seu palácio uma alma inocente, ingênua, seria despautério de sua origem e natureza? Coisa de quem aprazera-se com distinção por ristar os verbos da língua e sua amplitude de visão para preencher imaginariamente lacunas do vazio, paliativo para os danos psíquicos providos dos dogmas da razão que ilumina as dialéticas da sabedoria que há naquilo de ser absurdo o espeto da casa de um ferreiro ser de pau, deveria ser de ferro, as palavras de um indivíduo cujo sobrenome é Ferreira serem desprovidas de qualquer dureza, concretude, sim palavras dóceis, meigas, e não deveria sê-lo, mas nisto há algo de egrégio valor a ser considerado como uma virtude, a razão é ilógica, assim legando mais sentido às birutices birutóides de birutas birutados. Em que nível levar as potências das condições vazias de uma psique birutada, nada haverá de mais solene que a graça da palhaçada das metáforas dúbias e paradoxas, ambíguos eufemismos das escusas que apresentam para justificar e explicar a máscara da birutagem para esconder a cara lavada, esvaziada de senso e inteligência, passar por biruta não dói tanto nos instintos do sofrimento, como não dói no invejoso o seu próprio fracasso, o mesmo de estar num beco cuja saída é não ter saída, o mais aconselhável é birutar as birutices com birutagens ao léu do antes nunca do que tarde, tendo a leve e deliciosa sensação de que a fronteira da máscara de biruta para envelar a cachola vazia tomou chá de sumiço e se escafedeu no breu da Floresta das Sombras Póstumas, auscultando as “sonoridades de cristais na taça volátil do pensar

Prospectivo engendram resfolegante, sagaz

Rangem ao tangenciarem

Revérboros na formatação

Elástica de ideias

Interativadas aos devaneios marítimos, símbolos da vida

Atando-se estritamente

Aos fragmentos de peculiares sonhos,

Fantasias estranhas...”

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A essência do vazio é a birutice – para aqueles quem atribuem o sentido de “essência” ao pensamento de origem cristã, o “eidos” do vazio é a “birutice birutóide”, se se quiser, se houver coragem, força suficiente para penar com a dor ininteligível da verdade que nada no mundo pode negar ou negligenciar, a birutice birutóide é a origem esquizóide que a espécime humana traz na algibeira de suas vaidades, orgulhos, glórias, de suas paixões as mais escalabrosas,

no alforje de suas mazelas, pitis, chiliques os mais variados, labéus e desvarios de caráter,   para não dizer explicitamente cabulosa, mas o significado destes termos são diferentes, não se lhes podem engastanhar, corre-se o risco dos vinte e quatro do diabo cair do galho e ele não mais poder tecer arbítrios, isto é, paixões as mais indecentes e imorais frente ao código dos sarcasmos que abrem as portas para a intuição de que a amplitude de visão da língua estabelece princípios para considerar que a imortalidade é conversa para boi dormir, tirar sarro ou sacanear disso é atitude das mais dignas e honradas, só o vazio pode acolher a verdade de que o homem não pode levar nem a si mesmo para o sepulcro, condenado a apenas ter vivido no mundo, nada mais lhe resta. Seria?

RIO DE JANEIRO(RJ), 25 DE ABRIL DE 2021, 06:46 a.m.

 

 


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