ABISMOS DE PRETÉRITOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO @@@@


EPÍGRAFES:

 

Nesse contexto, o ser humano antes de cogitar coerentemente as coisas, as arquitecta. A criatura e o social-histórico, de forma provocada, escolhem determinadas representações e as instauram de um sentido especial.(Ana Júlia Machado)

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Há de atentar para o contraste entre o trabalho intelectual como atividade vital de sociabilidade e como ofício; entre atividade movida por interesses particulares e imediatos (realizada como meio de subsistência), e atividade movida por interesse humano-societária de caráter universal.(+Antônio Carlos Fernandes)

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Percalços... Abismos de pretéritos.  

Nonadas. Montanhas de vir-a-ser.

Travessias. Ossuários da terra à mostra.

Vazio. Nada. Horizonte. Uni-verso.

Subjuntivas pontes. Seria cabida a presença dos imperativos mata-burros? Ou isto é sobremodo aleatório, não tem qualquer serventia? Além disso, a presença dos infinitivos e gerúndios das cancelas, porteiras – o que farei com ela, o que farei sem ela?

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Sinto-me hoje cansado como se houvesse andado léguas e léguas. Tive de parar algumas vezes na rua para o devido descanso, poder seguir o itinerário até o meu destino. Os pés arrastavam a sandália na areia. Isto sem dizer que o suor escorria no rosto. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece.

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Percalços... Infinito. Além.

Algures. Distância.

Gerúndio de floresta silvestre. Flores que exalam perfume inebriante. Letras apagadas, ciências ocultas, religiões obtusas. Palavras omissas, esperanças olvidadas. Interdita serpente do sentido, veneno morrisca a alma dos sonhos re-vestidos, pensâncias, versemorre a essência da vida, então o paradisíaco do vernáculo erudito dos desejos efemerizados flanam no éter dissolvido na liberdade do tempo, o celestial da perfeição clássica garatuja sonos linguísticos antes de quaisquer notas musicais, líricas, melodias, ritmos, só imaginando a vida viva antes da vida que é continuidade no tempo, que é sublimidade a preceder a origem da esperança do ser, origem que nasce na liturgia do nada seduzindo o efêmero, persuadindo as preservações a abrirem mão da liberdade, ludi-versejando o imperativo do perene com as re-versas luzes fosforescentes do des-vazio sudarizado de nadas-etéreos, nós-fugazes, mas a verdade do amor pleni-versifica a luz do verbo que se encarna eidos da poesia do além-espírito, águia que abre as asas frente ao inolvidável das fantasias da perfeição e voa o voado dos instantes nas linhas inscriptas de horizontes de outras nuanças e perspectivas do inaudito, salvaguardando sua sagrada significação para o destino humano de fazer-nos voar rumo ao espaço aberto.

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Aforismo às idéias conciliadas às éresis da esperança do estilo e esplendorosas idéias, engastanhadas aos ideais da consciência-estética. O sonho do verbo é a sensibilidade da linguagem, prescripta erudição da trans-cendência, contingência inquieta com o efêmero dos êxtases. Inquietante a angústia com a imperfeição, ziguezague de contradições, antinomias, dialéticas, ideologias. 

RIO DE JANEIRO(RJ), 08 DE ABRIL DE 2021, 11:27 a.m.  

 

 


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