INTRODUÇÃO AO LIVRO DE AFORISMO "CREPÚSCULO E ALVORECER DA VERDADE" - Manoel Ferreira Neto


POS-FÁCIO:


Nada comum, perdoem-me os leitores pela empáfia, autor de uma obra publicar a sua Introdução ao livro virtualmente ou por qualquer outra mídia. Aliás, fascina-me o inédito e, além disso, o Brasil e o mundo, através de grupos e páginas, do Blog BO-TEKO DE POESIAS, em cujas linhas mostro a minha criação literária-filosófica, como ser sensível e agradecido a todos os amigos, críticos, comentadores, curtidores virtuais, quem incentivaram esta arduíssima tarefa, uma obra de aforismos. Quem não compreenderia a transgressão deste princípio e dogma de publicações, alfim todos contribuíram para esta estrada estar sendo seguida? Amo ser agradecido a quem contribui para o Verbo Sonho Letras.


Alvorecer de outras ilusões que se me apres-entam lúcidas e cônscias, perscruto as ondas do mar aproximando-se da praia. Não me é dado saber se o pulsar do cor-ação condiz com as emoções de prazer, sentimentos de alegria perpassam-me os recônditos da alma, diante de tal espetáculo da natureza, o mar e seus "its", conforme a minha escritora tão querida, Clarice Lispector, alfim trans-cendem quaisquer razões, motivos, não fora Shakespeare quem dissera existem mistérios que a vã filosofia não pode saber? É o coração quem responde por tais mistérios, só ele os conhece e sabe-lhes com excelência. Fica a seu critério o além de suas pulsações de vida.


Ancestrais instantes de líricas e sons em que acreditava sonhos se tornassem realidades sem quaisquer enigmas, tão fácil quanto verter lágrimas diante de fortes sentimentos. Inda cedo demais para compreender e entender em primeira instância são as ilusões que abrem as asas para o voo dos sonhos, as esperanças abrem os braços para a-colher e re-colher as utopias que residem nos interstícios dos sonhos.


Sem verbos, declinações de ideais aos recônditos da sensibilidade, desejando seivas para alimentarem sentimentos de perfeição, beleza e estética, emoções e idéias da visão-de-mundo, entrelaçadas às inspirações, nada disso se re-vela, nem por alento da imperfeição se a-nunciam à distância. Sem verbos, lácias conjugações de seus tempos, somente angústias, tristezas, desolações se manifestando continuamente, oh, o que falta, o que me está ausente, carece-me?, nada disso se mostrando ao menos por caridade da razão, do intelecto, em fiapos de pensamentos, questionamentos, nada é possível sem os verbos, devia crer impiamente. Sem os verbos, onde o in-finitivo que ilumina os campos de liberdade por onde trilhar passos, onde o gerúndio que con-templa as raias do espaço, para alguns, uma gotinha de veneno para esquentar o clima da choupana, onde o particípio que empreende sua longa viagem inconsciente a fora, com todos os seus jogos, tramóias, trambiques, subterfúgios, inverdades, conflitos, dramas e dramaticismos, traumas à busca da volúpia do Tempo e do Ser? Onde? Apenas vislumbrações nos ancestrais instantes de líricas e sons? E onde, sendo isto, tornando-se de condição sine qua non, sons, líricas, acordes, musicalidade, melodia, ritmo, seguir-me-iam à busca do que nem tinha noção, nesta estrada de longínquas poeiras o que me carecia se manifestando nítida e nulamente. "Quê bela justificativa esta minha...!", diria, pronunciando as palavras enfaticamente, naqueles ancestrais tempos: "Não seria melhor dizer, egrégia fuga de enfincar os pés na jornada." Em primeira instância, referente à exclamação primeira, sem verbo. Em última com verbo bem enfáticos, assumindo iria fazê-lo sim. Ancestrais instantes de líricas e sons!


Verbos de poesia conjugados de in-versos e re-versos de fiapos de filosofias esplendendo aromas de indagações, retrato de profundos ideais das etern-itudes, inda acompanhado da mesma música de ancestrais tempos, Feelin´ Blue, Creedence Clearwater Revival, banda de rock americano, anos 60. "Quê viagem, digo eu, solene e enfaticamente, pós tantas milhas percorridas, o encontro de tantos verbos que originaram sonhos, e o verdadeiro caminho, conjugações, comunhões, aderências, sínteses, sem aforismos, onde os verbos se conjugariam em todos os tempos, as realizações da pretensão da eternidade, sendo ora futurais instantes de líricas, sons, verbos que defectivam manque-d-êtres, mauvaises-foi, "Quê nó górdio na garganta isto de me embrenhar no bosque das pretensões da verdade!...", digo-o, contudo, sentindo o coração pulsar comedidamente, tenho todo o tempo do mundo, na mente o espelho re-fletido para a pre-fundas do universo, as bordas das infinitas luzes a iluminarem o crepúsculo e o alvorecer, os cafundós do in-audito, a imagem só podendo ser re-velada pelos dons e talentos da arte-plástica de minha Companheira das Artes, Graça Fontis, por presente especial das letras, um obséquio, as suas longínquas a-nunciações, planto sim em tempos que são de queimada, as pretensões da verdade do belo, na sua a-nunciação primeva, que abre os braços para futurais esperanças da beleza. Além do belo, a beleza do belo, não é verdade, re-versas esperanças do verbo à luz das in-versas angústias e náuseas da imperfeição, avessas utopias a verbos de sonhos que não tragam em si mesmos o riso e o ouro das vontades de CREPÚSCULO E ALVORECER DA VERDADE.


(**RIO DE JANEIRO**, 16 DE AGOSTO DE 2017)


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