#AFORISMO 137/FILOSOFIA DE OCASOS, OS CREPÚSCULOS# - GRAÇA FONTIS: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Sinestesias. Estesias de sim.
Sim de estesias,
De estesias, sim. De sim, estesias.


Além contingências
Prefigura, de imagens, o celeste
Veludadas molduras apresentam
O rosto simbólico do tempo,
A face mítica do efêmero,
O semblante semântico da alma,
A fisionomia linguística das dores, sofrimentos,
Anunciando, de pretéritos, limites
O cosmos caótico de evangelhos primevos
Re-velando, de subjuntivos, portais
Do tempo, o endereço da eternidade,
Patenteando, de particípios, grutas e abismos
Dos desejos, sonhos, utopias,
O destinatário: a humanidade do ser.


Identidade do ego e mente
Sem linhas trans-versais
Tênues, suaves, serenas
Sem margens re-versais
Meiguices, insolências, ingenuidades
Os universos de alhures
Esplendem, de ocasos, os crepúsculos.


Sinestesias
Ad-interstícios do vazio
Circunscrevem, de epitáfios, as epígrafes
Dialéticas da iluminação
Contradições de ovelhas
Pastoreando campos neoclássicos
Os horizontes lusitanos de antanho
Re-cord-ificam mitos, lendas
Na legenda das tábuas bíblicas.


O sublime personifica o eterno
De nadas apocalípticos
Des-mistificando Vésper de Esperanças
Estrelas velam o ossuário
De templos ad-genesis do imortal
A morte vive o absoluto do fim
Divinizando os ocasos crepusculares.


Confins do nada, arribas do vazio
Ornamentando, de imanências,
As eidéticas flores que despetalam
A primavera das inspirações
A vida morta, os idílios do desejo
Esperança, fé, sonhos, utopias
Des-cristalizando as dimensões
Do nada enovelando o vazio
De horizontes,
Vedas do infinito, do vazio,
Desvelando o nada
De arco-íris, des-sedentando
A vontade da água
Que des-purifica o além
De seus alhures e algures...


(**RIO DE JANEIRO**, 31 DE AGOSTO DE 2017)


Comentários