#AFORISMO 93/TARDE DEMAIS PARA O EPITÁFIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


"Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio." (Manoel Ferreira Neto)


Sin - cronias ad-jacentes aos idílios e ilusões perdidas,
Teo-gonias re-versas de a-gonias in-versas aos ideais da eternidade
Às ideias da imortalidade, aos sonhos do para-sempre,
Harmonias in-versas às utopias do sublime
(Desconfio re-vestimentos de heresias à luz das ironias fáceis
Nesta egrégia linguagem e estilo,
Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio)


Sin - tonias ad-versas ao ritmo da música que apresenta
A balalaika e a polka no baile dos desejos da estilística dos sentimentos,
Eivados das maresias das náuseas defronto ao sublime das Angústias, emoções leves, habitam-lhes seren-itudes dos volos,
O tempo passa... Tudo passa... O que houver de ser sê-lo-á
(E não cairia em equívoco inestimável, dizer estar desconfiado,
Contudo vero é que o verso re-verso in-verso ad-virá,
Porém digno é que o re-verso verso in-verso haverá-de ser,
Todavia sábio é que in-verso verso re-verso porvirá,
Ad-versidade de mata-burros, cancelas, porteiras,
Ad-versidade de a-clives, de-clives, curvas,
Ad-versidade de sinuosidades...
Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio.


Se amanhã houvesse de preterizar o instante-limite de hoje, instante de nonadas efêmeras copulando sorrelfas com os resquícios, vestígios do vazio, as declinações do verbo perpetuar de ontem as travessias do mais-que-perfeito do subjuntivo para o pretérito perfeito do indicativo projetando no além as imagens forclusivas do particípio seduzindo ludicamente o gerúndio na noite nupcial de trovões e tempestade, consumação do tempo de idealizar o perpétuo habitado de ipseidades nauseabundas do uni-verso infinito de voláteis volúpias com a morte na alma, sursis da idade da razão.


Se amanhã houvesse de verbalizar as melancolias do éden perdido no crepúsculo pálido, semblante entrevado de notívagos idílios , pesadelos das chamas hádicas e a luz cristalina , re-flexos límpidos, celestial dialética barroca do eterno, contradição futurista do efêmero iluminado de pectivas das pers e retros das pontes partidas que ad-stringem o solar do raio com a soleira do arco-íris após o dilúvio do eterno.


Se amanhã houvesse de olvidar as lembranças da frincha no auspício do flamboyant por onde ao entardecer costumava olhar enviesado para a longitude do uni-verso, por vezes o azul pleno do céu, pensando nos instantes de querência de glórias, prazeres, de tantos por onde passava, saltitava, entes íntimos deixados à mercê das situações, circunstâncias, sentindo profunda saudade, hoje me entregaria de corpo, alma, espírito às regências nominais e verbais dos caminhos por onde trilho os passos, satisfeito com as conquistas, com as realizações, ainda o mais importante, o nada resultado do efêmero é projeto para outros desejos, vontades, para a vivência de outro amor, ser-lhe em todas as suas dimensões, que encontrei num momento em que a contingência do abismo tomou-me por inteiro, em mim sibilava o vento das ipseidades.


Se amanhã houvesse de in-vestigar, alumbrar os vestígios dos gerúndios de esperanças e sonhos do verbo que plen-erseja a semântica dos sentimentos da cáritas, emoções do nous da verdade, a linguística dos volos do perpétuo, forclusions do perfeito; dos particípios das utopias e idílios do ser que plen-ersifica signos e símbolos do eterno re-vestido dos efêmeros da verdade sempre na estrada sertaneja de raiz rumo à dialética da iluminação que cintila e brilha no nada para a travessia do estar-no-mundo ao crepúsculo dos lírios do genesis de cânticos do revés até o sempre, nos abismos, grutas, cavernas a memória de um "perfect stranger" procurando a metáfora da vida, o sistere do absoluto...


Hoje estaria eu apenas olhando de viés a continuidade de minha vida desde as sorrelfas da inocência, ingenuidade à consciência, sabedoria da sagrada palavra...


Há coelhos atrás da erudição:
TARDE DEMAIS PARA O EPITÁFIO.


(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE AGOSTO DE 2017)


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