#AFORISMO 110/ ZÉFIROS VERBAIS, LINGUÍSTICOS DE SONHOS PRIMEVOS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Dúvidas fragmentam o que silencia as vozes, o que musicaliza sentimentos e emoções, o que ritma as inspirações solitárias da verdade e do belo, o que melodia as intuições peregrinas da liberdade e do amor, o que acorda as percepções a-nunciadoras do pleno e das plen-itudes.


Aos longínquos campos de algodão... aos distantes campos de lírios... à sombra serena do ulmeiro... verbos regenciais de desejos da beleza do belo conjugam do tempo e do ser a metafísica dos sonhos que esplende a todos os uni-versos, a todas as "paisagens e riachos que iluminarão idéias com novos brilhos", metáforas con-cordam de verbais utopias os sibilos ad-vindos da passagem dos ventos entre as montanhas, o som das águas do rio na sua jornada na madrugada por caminhos sinuosos.


Aos remotos vales de orquídeas... aos afastados pampas de ovelhas... às lonjuras de terrenos de canaviais... à soleira da colina de oliveiras... in-fin-itivos que tematizam a solidão das esperanças, gerúndios que artificiam de linguísticas e semânticas as semiologias das palavras, particípios que nascem e re-nascem das lácias línguas dos pretéritos, águias e condores sobrevoam o deserto, e nalgum sítio do sertão cavaleiro conduz o gado a espaço aberto, sem cancelas, sem porteiras.


Devaneios... Desvarios... Manhã, pós chuvinha fina por toda a madrugada, tempo nublado, friozinho... Ao longe, a neblina envela o mar.


Sorrelfas do aquém-tempo elencam, alumbram venustas gnoses regenciais do vazio. Centelhas de primavera na floração orquidisíaca do amanhecer de simples ilusões do eterno habitando o âmago da liberdade de criar, re-criar as dimensões do Ser. Da boêmia e sabedoria o vento do silêncio, a maresia da solidão...


Aragem... brisa... Zéfiros verbais, linguísticos de sonhos primevos que serenavam sendas e veredas a serem trilhadas, e no crepúsculo a imagem lúcida, lúdica do tempo sentido profundo, élans de última inspiração.


Canções... cantos... baladas... cânticos...
Neblina... neve... garoa... orvalho...
Para que sítio a coruja voa nesta manhã pós chuvinha fina? Dormirá o sono de suas utopias da sabedoria nalgum vão da montanha, nalguma gruta, nalguma caverna? Voa... Voa... Voa...




(**RIO DE JANEIRO**, 21 DE AGOSTO DE 2017)


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