#AFORISMO 101/NOS CONFINS DO ORBE?** - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Epígrafe:


"Na viagem itinerante através do tempo à pigmentação deslumbrante da beleza universal." (Graça Fontis)


Sublimíssima fragrância
De flores que se despetalam
À mercê da neblina matutina
Trinados de pássaros
Sibilo de vento
Sons de acalentar segredos
Ritmo de alentar mistérios místicos,
Melodia de acariciar enigmas do crepúsculo,
E de re-fletir sonhos e esperas
E de observar as esperanças
Nos recônditos da solidão,
Nos interstícios do silêncio.


Pers de ilusões perpassando o íntimo re-genciado de memórias distantes, lembranças longínquas, re-cord-ações indizíveis re-colhidas e a-colhidas no tempo efemerizado de inocências e ingenuidades, no verbo esvaecido de angústias e náuseas, no in-fin-itivo esquecido de utopias e prazeres, fantasias de ideais, retalhos de utopias conjugados na jornada de longas extensões de areia, gaivotas sobrevoando o mar, nos verbos do tempo e do ser.


Res de pectivas de fantasias cor-res-pondidas com as criações extraordinárias, conúbios do belo e do absurdo, síntese da beleza e da facticidade... Onde as circunscrições? Os limites? As fronteiras? Nos confins do Orbe? Nas arribas do Cócito? Aqui? Ou somente em mim? No tempo, nas águas, nos homens? Peripléias - na estrada ouvindo um canto, canto único na solidão do mundo, canto primevo no eterno uni-versal do tempo, "tudo que começa bem eterniza-se", cântico ancestral no silêncio do ser e não-ser no con-templar as árvores estão povoadas de cigarras que cantam a beleza do crepúsculo, amanhã os pássaros virão cedo aos seus galhos para trinarem a madrugada, agora é hora de imaginar a coruja em silêncio perscrutando o mistério insondável, o segredo invisível, o enigma in-inteligível da lua sendo a lâmpada de muitos caminhos, das margens de riachos de águas cristalinas, de extensos campos floridos, as estrelas sendo inspirações de cantos dolentes por trilhas estreitas e sinuosas, liberdade total, absoluta, trans-cendente, abstrata. Bailado sereno de fogo místico consumindo velas.


Reluzindo
Brilhando
Estrelando
Constelando pelos campos, pelos vales, pelas florestas, pelos mares,
Universando o in-fin-ito de asas livres, con-templando os horizontes,
Perpetuando o celeste de silêncios claustrais.


Retro de cedências aos riscos nas trilhas de con-templar inter-ditos e inauditos, vontades de in-finitivos a preencherem nonadas, nonadas de imperfeição, nonadas de instantes-limites, verbos anômalos e defectivos a fundamentarem as ausências, falhas, faltas, verbos regulares e irregulares que nos seus pretéritos id-ent-ificam segredos e enigmas, indecifráveis, desejos do in-finito, vontades do universo, do panorama e paisagens "biorkinas" a esplenderem de sonhos e utopias as inspirações e intuições de verdades, inda que efêmeras e fugazes... com sentimentos e emoções voluptuosos pelo encontro e des-encontro, cânticos silentes por mergulhos nas percuciências do ser e não-ser.


A vida é breve,
O tempo, voraz,
E o mistério das montanhas, volátil...
E o enigma das cavernas, susceptível às intempéries dos ideais e verdades...
E o segredo das grutas de estalactites que pingam suas gotas de água no lago, inspiração de encontros e des-encontros...
E o in-audito do silêncio e da solidão, que são húmus e sêmens de outras canções do vento, intuições de sentimentos e emoções, percepções das ad-jacências de cafundós, miríades de in-finitivos de ancestrais querências e desejâncias...


(**RIO DE JANEIRO**, 16 DE AGOSTO DE 2017)


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