#AFORISMO 109/NO TEMPO, O ESPLENDOR DA IMAGEM# - GRAÇA FONTIS: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Epígrafe:


"O projeto e a eficiência revelam-se com a finalização da obra." (Graça Fontis)


Nostalgia do in-visível...
Sou sêmen. Semântica. Conceber no tempo o esplendor da imagem
Sin-estesia. Sin-cronia. Gerar nas travessias o resplendor da luz.
O diamante cortou o espelho do além. Centelhas de espectros.


Efêmeros raios de sol, numinosos brilhos de presente "Ser", luminâncias de pretéritos do “Tempo”, mistérios do im-perfeito con-templando o espírito do perfeito, enigmas do perfeito velando o verbo de ser do mais-que-perfeito, sibilos do tempo ritmando o ser, soul de melancolias, nostalgias, saudades, jazz de tristezas, solidões, murmúrios de sofrimentos e dores, deslizando suaves no crepúsculo de nostalgias... segredos do in-fin-itivo corroborando o núcleo dos verbos defectivos, anômalos, e as ipseidades rejubilam-se de proscrições e gozos.


Nostalgia do in-audito...
Peregrino de plagas celestiais.
Os astros rolam em numinosa procissão.
Há cantos de eternidade nos ermos distantes.
Há cânticos de esquecimento nos chapadões, vales.
Há réquiens para Matraga, para José no instante-limite da liberdade.


Luminosas esperanças de fin-itude outra perpassando o tempo de in-finitos desejos do Verbo "Ser" tecendo ilusões em cujos idílios nonadas re-fazem travessias, em cujas elegias pontes partidas re-criam espaços, em cujas odes nadas tecem solstícios, comungam mistérios e magias em laços de amor pelo que há-de vir de alegrias, dores, pelo que há-de ser de verdade.


Pelos pro-jectos por virem no tempo, pelas utopias por se a-nunciarem no vôo da águia, de outros caminhos e sendas em direção à plen-itude do in-finito, em cuja essência habita o uni-verso, em cujo cerne habita o além, em cujo eidos reside o eterno, trans-literalizado do sono profundo que sonha a verdade re-nascendo de estrofes o ritmo do silêncio que re-vela a luz a iluminar o entre-árvores do silvestre da floresta aberta às estrelas a guiarem o caminheiro do verbo "brilhar", do neologismo "brilhança" a orientarem o sendeiro da luz, a guiarem o peregrino do silêncio, “resplandecente”, outras gêneses, princípios outros da alma que con-templa o espírito da vida é coisa divina das terras de bem-virá à luz da solidão, levando alegria onde há paixão, levando prazer onde há o saber, conhecer e fazer, ao espírito do silêncio, luminando felicidades; onde há amor suprassumem vozes que murmuram ao peito o cântico de pássaros na aurora de novo dia saudando a natureza, jubilando a glória ipsis litteris do amor ao Ser-{da}-Vida, ipsis verbis da vida ao Ser-{do}-Amor de poetas na poiésis do verbo declamando a fé , [“When I find myself in times of troubles/Mother Mary comes to me/Whispering words of wisdom...”] na esperança do amor se tornar a felicidade, da amizade ser o segredo de ser-[de]-outro-eu, de boêmios na des-lucidez da alma e dos sensos, no des-senso das idéias e dos ideais, dedilhando nas cordas dos amores não correspondidos, dos fracassos dos sonhos não realizados, das quimeras molhadas no travesseiro dos medos, de escritores na estética da utopia sertaneja versificam palavras-esperança-e-fé a consciência-ética do Ser-Verbo-de-Esperança.


Só o Amor é a Esperança da Vida,
Só a Fé é o Sonho da Eternidade,
Só a Amizade é a Iluminação da Verdade,
Só a Liberdade é o In-fin-itivo do Tempo.


Oh, melancolia!... dos sítios distantes ou longínquos que não foram bastante con-templados às primeiras luzes do dia, raios do sol, trinados de pássaros, amados na hora passageira. Como amaria eu de lhes dar à distância o toque esquecido, o gesto negligenciado, a ação suplementar. Invento-os eu, minhas mãos desenham um semi-arco-íris, um barco à luz do céu por sobre as florestas, um nublado que se esvaece e que des-aparece como num fogo de imagens, chamas crepitando lenhas de perspectivas.


(**RIO DE JANEIRO**, 20 DE AGOSTO DE 2017)


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