O SOL DA ALMA QUE ME ECLIPSA GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@


À noite, na varanda,
O vento suave a tocar-me a face,

Pela manhã, no quintal,

Passeando a esmo, o sol nascido,

Enamorado das plantações,

O amor passa a vida

A celebrar, em paixão extasiante,

Uma existência de delícia,

A rouxinolizar cantos e cânticos

Ao coração,

O amor que se derrete,

Fluminense amor

De conceitos gentis, sutis,

Sustenido a beijos de licor de rosas

Colhidas viçosas no alvorecer.

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Não visto da poesia cristalinos versos,

Ninguém jamais me viu

De capa e chapéu à trovador,

Sou selvagem, sou grosseiro,

O que sinto digo-o francamente,

Sem metáforas líquidas,

Sem metafísicas delicadas,

Sem lingüísticas solenes,

À Drummond que soluça e chora

O sublime dos precitos.

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Quando o amor domina

O recôndito mais íntimo do Ser

Como a lua domina

Os vagalhões do mar,

Sinfonizo eterna, imortal canção

Recitando ao piano de cauda

“Imagine” o amor literatice

Cairel do abismo às horas

Do sol esvaecendo-se

De por trás da colina.

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Sinto inocência,

Desfruto ingenuidade,

Quando essa infinita graça

Vai-se enovelando na alegria da vida,

Mimo, frescura, força,

Oh, águas vivas, águas puras

Correi, correi livres,

Erguei-vos pela amplidão

A língua líquida de Ser

Desejos, volúpias, sentimentos,

Emoções

Que ouço lívidos sussurrando

O sol da alma que me eclipsa...

RIO DE JANEIRO(RJ), 03 DE FEVEREIRO DE 2021, 17:21 a.m.

 

 

 


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