Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO CONSIDERA O POEMA PLEBEU QUE CHORA, DE Ana Júlia Machado. @@@@



A cor de sua obra reunida está nestes versos sarapalhada a todos os ventos, a todos os rastros fulvos que ardem em seu espírito, "Fidedigna à causa, sua condiscípula
no decorrer das épocas..." A que causa é condiscípula? À causa de ser os sonhos, as quimeras, as esperanças do "vate de espírito" que eivado de verídicos sentires e pensar os caminhos da Cáritas no decorrer das épocas, no percurso das dialécticas da realidade entre à dita. Ser o que de si é, ser o que em si deambula por todos os universos, por todos os paraísos para povoar os subterrâneos da alma da humanidade de compreensão e entendimento que a felicidade consiste em felicitar os desejos de Amor, de Entrega, afagando no peito sentires do há-de vir, há-de ser. "A realidade jamais largou de ser realidade..." O homem jamais deixou de ser busca e encontro, vontade e realização, também perda e querência da santa unção de subir aos céus.
A cor de uma obra faz-se no intermédio das luzes e contra-luzes do Ser e Não-Ser, arrecadando aljôfares do sentido de saber o que se faz nas palavras e nas vozes que declamam, recitam os sons da língua, na amplitude de visão que a língua arremessa aos tempos futuros, aos flúmens do eterno e do infinito, no curso das águas do rio sem margens que correm para o mar.
Esta é a COR DE SUA OBRA, Aninha Júlia, Ana Júlia Machado. Beijos nossos a você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família.
Manoel Ferreira Neto
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Plebeu que chora
Vilão goteja de alma espaçosa,
Vate de espírito passível goteja,
E nos pratos da moderação, partilham nobreza
Que distancia com sua premonição insólita.
São indivisíveis chuvadas do flúmen,
No mesmo canal escavado por um curso de água
e onde ela circula, arrecadam aljôfares
Desabrochados pelas almas em miséria
À apatia do seu planeta ensombrado.
Ausenta-se da tenebrosidade
E agrega-se ao reino da claridade
Que repele sua segmentação de infalível
A instância não se elege com perfídias
Nem de pardais da sua justiça
Que conspurca o baroscópio da justeza.
A realidade jamais largou de ser realidade
Ou haja astro-rei, ou haja pluviosidade,
Comportou o vendaval levante, jamais deplorou
Foi estuprada, esventrada, jamais lacrimejou
Conseguiu presenciar transitar tornados
Que o conduziram ao precipício
Mas de lá retirou-se ilesa, continuamente verídica,
Fidedigna à causa, sua condiscípula
no decorrer das épocas,
Arrostou temporais sem enfraquecer nem lamuriar
Se os humanos fossem verídicos como a realidade,
O senso jornadearia de braços entregues com a dita,
O éden cairia dos paraísos para povoar
ininterruptamente no planeta
Os flúmenes circulariam pacatos pelos pastos
As angélias seriam corteses como
o entoar dos passarinhos
E os verdes encheriam os sorrires das catraias
Ana Júlia Machado
RIO DE JANEIRO(RJ), 01 DE FEVEREIRO DE 2021, 23:38 p.m.

 

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