NA IMENSIDÃO DO CÉU GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto: CRÍTICA @@@@



POST-SCRIPTUM:
Esta Peça do acervo da saudosa Amiga e Artista-Plástica Martha Moura é a única que possuo em meu Arquivo do Windows, que fora por ela gentilmente cedida para ilustrar a crítica que fizera ao seu livro de poemas VISÍVEL DO INVISÍVEL, publicado em 2010, a minha crítica datando de 13 de março de 2010, no meu RAZÃO IN-VERSA - SUPLEMENTO-CADERNO LITERÁRIO-FILOSÓFICO. Algumas vezes estivera eu em seu Ateliê no momento de sua criação plástica, ficava emocionado com os seus dons e talentos desta arte. Vivera ela por muitos anos no Rio Grande do Sul e lá ganhara vários prêmios.
Fora por acaso que encontrei no meu arquivo a Peça e a Crítica ao seu livro. Já publiquei tantas críticas a saudosos amigos e artistas e de Martha Moura jamais publicara, sentindo-me em dívida com ela. Tudo tem seu tempo e seu momento. Dia 06 de fevereiro de 2021 fizera 07 anos de seu falecimento, aqui fica a minha HOMENAGEM PÓSTUMA a esta inesquecível amiga e artista plástica Martha Moura.
Manoel Ferreira Neto
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Não daria único passo para conhecer Picasso, mas, com efeito, faria uma longa viagem para conhecer Martha Moura . Dizia Pascal que as razões do coração só o coração as conhece. As razões de meu coração neste sentido as conheço por as “palavras que são linhas” nos ligarem, unirem nosso “sentimento em cada sentimento”.
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Martha Moura é uma eterna viajante, em sua bagagem leva sempre a busca das emoções, da sensibilidade pura, dos sentimentos, da fraternidade e solidariedade entre os homens, entre as criaturas de Deus, do amor pleno e absoluto, em cada traço que o seu pincel delineia na tela branca, em cada ângulo que a sua alma plena de desejos de “transformação”, “metamorfose”, consegue visualizar n´O visível do invisível, em cada perspectiva que o seu espírito sedento de eternidade, reunindo “momentos vivos”, afastando “estrelas e luas” .
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A busca, a esperança do artista, do escritor, do poeta são sempre a eternidade. Se contemplamos uma peça dessa artista, viajamos num mundo de formas e perspectivas que nos elevam à imensidão do céu, podemos recriá-las a nosso gosto e prazer, podemos sonhar, podemos transformar nosso mundo interior. A estética ali está presente, e é isto, a Beleza, o Belo, o nosso desejo profundo. É o visível do invisível.
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Na literatura, na poesia, Martha Moura deseja revelar ainda mais profundamente o que “envolve” a sua alma, a espiritualidade infinita de sua “essência abstrata”, cheias de esperança de atingir a “paz que clareia a lua”, “a fé no supremo criador”.
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O desejo dessa artista-plástica que, ora, busca nos revelar, não é outro senão o de síntese dessas duas expressões artísticas, a pintura e o poema. As artes-plásticas são o visível do invisível e as letras, os poemas, são o invisível do visível. Na tela, a alma e o espírito re-presentados nas formas, nos delineios do pincel. Nas letras, a essência e o “canto da natureza” re-presentados nas linhas, nas palavras, que são desejos, vontades, que são a sensibilidade e a profundidade do espírito. A adesão de ambas, através das emoções, sentimentos, espiritualidade, das dimensões particulares e próprias de cada uma, visualizadas nas formas e delineios da pena e do pincel, transcendem a “luz brilhante da vida”, a Beleza e o Belo, pro-duzindo a Estética, que é a real-ização da Eternidade, da Imortalidade.
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Meu Deus, o que é isto, a Eternidade? Se a contemplamos, na “vibração interna de ´nosso ser´”, “tentamos cumprir ´nossa´ missão” de artistas, de escritores, isto é, re-partir o “néctar do cálice” entre os homens, que recebemos gratuitamente das mãos de Deus, o Dom que só vive de entrega ao “outro”, no desejo de o “outro” re-encontrar o seu Paraíso Perdido, re-encontrar-se na solidão e no silêncio, de reunir a “alma” e o “espírito” numa única dimensão, na felicidade da Vida, no prazer de viver e realizar nossa íntima vocação de “iluminar” a vida com a Espiritualidade que nos habita cada gota de sangue que nosso “coração” pulsiona.
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Martha Moura nessa busca de adesão da arte-plástica e do poema, nesse desejo universal do singular, nessa vontade singular do universal, mostra-nos a “união de sonhos e esperança”, da “vida e morte”, numa comunhão, Koinonia, das emoções e sentimentos, que nos eleve, nos torne seres humanos, homens, quem estamos dis-postos a entregar-nos àquilo que Deus nos pediu sinceramente, amar os homens como Ele os ama.
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As razões do coração de Martha Moura nós os seus admiradores, seus amigos, íntimos as conhecemos através de sua vida que se adere, se comunga aos seus mais profundos desejos de o visível ser a “nudez da alma” no “anseio de felicidade”; de o invisível ser o “encanto de ´seu´ silêncio interior”. Assim, a artista-plástica-poetisa transforma-nos em verdadeiros e autênticos “interesseiros” pelo finito e pelo infinito, em nossa longa viagem, deslizando “na tela líquida de cristal” as nossas lágrimas, sorrisos, alegrias, satisfações, por a imensidão do céu “viajar num tempo interminável”, por as “letras reluzentes do diamante” riscarem o éter e penetrarem o sofrimento do artista “quando cria”, mas que revelam a “etern-idade” de nossas buscas mais contundentes, pujantes.
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Sim, não daria único passo para conhecer Picasso, mas, com efeito, faria longa viagem para conhecer Martha Moura. As razões de meu coração não se restringem apenas às suas produções artísticas, pintura e poema. Transcendem, pois que a nossa busca de eternidade se adere, se comunga na essência de nossos sonhos e esperanças de Amor, Espiritualidade, Solidariedade entre os homens. E o meu desejo de conhecer essa artista, nessa longa viagem, é que sei, com perfeição, muito iria aprender e assimilar desse espírito, dessa alma, às vezes inocente, às vezes ingênua, revelando a “essência abstrata de uma e outra filosofia”.
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Ler os poemas de Martha Moura, contemplar as pinturas após cada poema, a tentativa e a real-ização de tornar o visível invisível, vice-versa, é despertar numa outra realidade, num outro mundo, que, com certeza, não dividem nossos sentimentos, não multifacela nossas emoções, mas procuram um “ninho no picadeiro da vida”, neste picadeiro onde todos os homens re-presentamos o “cômico” de nossas dores, vazios, medos, incertezas, dúvidas, o “sério” de nossas esperanças, quimeras, fantasias. O verdadeiro artista é sempre “cômico”, pois que, com engenhosidade e arte, delineia os “soluços profundos” da alma e do espírito em busca do riso sincero, do sorriso humano que pro-jetam o presente no futuro, traz o futuro para as nossas mãos feitas concha, quando nossa alma se eleva à imensidão do céu e desejamos a real-ização de nossa vocação de homens, isto é, a felicidade da Vida.
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Conheço Martha Moura; desde que nos conhecemos descobrimos intimamente a nossa viagem ser a mesma, nossos desejos de humanização através da Arte que nos une, dos nossos sentimentos de seres humanos que somos, serem os mesmos, e a nossa amizade dia a dia desenvolvendo, crescendo, suas lições de simplicidade, de ingenuidade que sempre procurei assimilar sinceramente muito têm contribuído para a espiritualização de meus sentimentos e emoções re-presentados na filosofia e na literatura, na vida íntima com a minha doce-companheira-e-esposa Marize Lemos, com os amigos íntimos.
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Quando iniciei a leitura dessa obra poética O visível do invisível. Emoções figuradas, senti profundamente que iniciava uma longa viagem letras e artes plásticas adentro em busca de mergulhar profundamente no espírito e na alma dessa artista inesquecível, desse ser humano maravilhoso, dessa mulher sensível e extremamente humana e solidária. Não conhecia ainda Martha Moura, porque em toda “longa viagem há sempre um tempo passado trazido para o presente”, mas ao longo de minha leitura, de meu mergulho fui seguindo o “caminho lento e silencioso”, a expectativa de estar diante da artista, da mulher, sentir o seu sorriso por haver intuído e percebido de modo presente e forte as formas infinitas da alma, a união que “é vida, é amor”. O tempo que era passado e que era trazido para o presente se configurou, representou-se numa “melodia silenciosa”, nos sons “de uma harpa” que visualizei nos “risos afogados em lágrimas/lamentos de saudade/interrogação do fim”.
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Minha querida amiga Martha Moura, “na vibração interna de meu ser”, nesta busca singular da eternidade, nessa eternidade do singular que são as minhas emoções, sentimentos, intuição, percepção, no silêncio de meu espírito, na solidão de minha alma, descubro surpreso, admirado que a felicidade d´o visível do invisível se encontra bem profundo em nossa alma, e que nos basta apenas o desejo incólume de real-ização para que a Vida se nos mostre em toda a sua glória e esplendor.
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Dissera-me você certa vez que o desejo profundo do homem é o encontro da felicidade. Sim. Mas antes desse encontro precisamos conhecer bem profundo o que é isso a nossa eternidade, o que a envolve, a fim de, assim, encontrarmos a Espiritualidade.
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Meus profundos cumprimentos por esta jóia que você nos doa de modo tão sincero, que você nos entrega em mão na esperança de que nos encontremos na Vida e no Mundo. Meus sinceros beijos de quem a admira ainda mais.
RIO DE JANEIRO(RJ), 19 DE FEVEREIRO DE 2021, 08:09 a.m.

 

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