Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA O POEMA Antes Para Sempre é a Tradução de Sonia Gonçalves @@@@



"Na sombra do nunca descanso poético..." Há versos imortais e versos eternos. Versos imortais permanecem nas páginas, inspirando, são copas de uma árvore, abrindo caminhos para a transcendências, são vazios revelando as multiplicidades que preenchem a vida de outros horizontes, universos... Versos eternos vão muito além dos imortais, são a vida em sua completude. Este verso classifico-o "eterno". Não é na sombra do nunca que o poeta repousa, descansa de suas contingências de dor, sofrimento, dúvidas e incertezas, de seus medos, á busca da "luz viva" que conduz a outros lugares, especialmente ao Rio São Nunca, às suas margens, onde alimentar-se das águas do eterno, bebê-las como se toma um bom vinho, aos goles, sentindo-lhe o sabor do divino? E o poeta poemado de seus versos e estrofes, na sombra do nunca, descansando à margem do Rio São Nunca, não cria para marcar a sua estada no mundo, para servir a tempos vindouros de bússola para outras sendas ao longo do infinito, cria para revelar o seu espírito, a sua alma eivada do antes de sua inspiração, intuição, percepção do para sempre com o amor profético, o vestido do perfeito e do divino, e assim põe-se ele a sentir a sua espiritualidade que consiste em evangelizar o coração de sonhos, esperanças e fé no poema do Ser. Antes para sempre, seus versos e estrofes são luzes que incidem no tempo, na sua continuidade que inscreve no mundo as verdades a serem vividas e vivenciadas na "magia e sedução" da vida que se sarapalha por todos os sentimentos e emoções da felicidade, alegria, a luz do inverno que ilumina as sementes das flores da primavera que exalarão a vida do espírito, O poeta "eterno", que descansa na sombra, à margem do Rio Nunca, contemplando o mundo através do lince do "tempo infindo", vislumbra a amplitude de visão da língua de suas utopias não apenas do eterno, mas do tempo além das contingências de dor e sofrimento, sente no íntimo presente e forte a dupla face do Poema, o ser terreno aberto à "doce união" do espírito e do divino, traduz o Paraíso.
Percebe-se que este poema da escritora, poetisa e crítica literária, Sonia Gonçalves, nascera de uma leitura da Bíblia Sagrada. E, quando diz respeito a Ela, mister esquecer que nela existem metáforas, símbolos, signos, a Bíblia é a Verdade, o único lugar em que a Palavra é a Verdade, assim necessitando de análise e interpretação diferente das que acontecem na poesia, na literatura, na filosofia. Antes para Sempre versos que revelem esta dimensão, assim deixando a sede de conhecimento eivada de outras esperanças, sonhos, utopias.
Por mim, deixo aqui impressa apenas uma simples leitura desta Verdade Bíblica.
Beijos nossos, Soninha Son.
RIO DE JANEIRO(RJ), 12 DE FEVEREIRO DE 2021, 11:32 a.m.

 

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