**UNO-VERSO COM A ALMA DO ESPÍRITO** - Maria Fernandes e Manoel Ferreira.


Estilo literário,:erudito, eloquente, sem pretenciosismo! Sinto nos interstícios de minh´alma o tempo aperfeiçoa, burila, delineia os sentimentos em consonância com as esperanças dos sonhos, ornamenta as emoções, desejos, vontades, utopias em uno-verso com a alma do espírito, nascendo a erudição, a eloquência, aquando as letras do verbo se revelam livres, expressando o inaudito da existência, mistérios e enigmas da busca do Ser. Sonhei nos meus cinquenta e três anos de letras o momento de reunir a erudição, eloquência, aí sim mostraria a vida por inteira, diria o âmago de mim. Há momentos de pretenciosismos, mas é quando se me re-vela o re-verso in-verso das contingências ou o in-verso da trans-cendência re-versa.
O vocabulário rico, na minha modesta opinião, deve ser empregue adequadamente e no contexto, seja fluente. Vocabulário lindo e maravilhoso sem contexto não faz a profundidade de uma obra, não arrebica o eidos das buscas do sonho e das esperanças, é apenas estar rebolando para chamar a atenção dos leitores, dizer ser superior. O vocabulário deve ser fluente - aliás sempre me refiro ao rio sem margens, sem pressa, correndo nas montanhas e ora atravessando vales como planícies ou descendo por despenhadeiros, sem que nos apercebamos das suas sinuosidades. Quando tomo da pena para garatujar as minhas coisinhas, digo-me: "Desejo os sentimentos e emoções rolando livremente no meu ser. atingindo assim as águas do espírito que gotejam gotículas dos desejos da sabedoria e do conhecimento". Tudo na maior naturalidade, assim deve ser o discurso literário, fluente, preciso, sem rebuscamentos desnecessários nem preciosismos inusitados, tornando-o compacto, fastidioso e anguloso à leitura.
Numa coisinha anterior, referi-me sentir que ultrapassei nas letras os meus sessenta anos contingentes, e estava percebendo algumas mudanças. São as dádivas das letras, mimo delas para mim, pois desde tenra infância brincamos juntos, divertimo-nos juntos, e seguimos juntos nos amadurecendo, sempre com respeito e consideração. Com as letras nas mãos e na alma, como não poderia seguir a jornada à busca da Vida, da Verdade?



Manoel Ferreira Neto.
(09 de abril de 2016)


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