**CLARIDADE CELESTIAL** Ana Júlia Machado e Manoel Ferreira
Sempre em frente
Não deixe a sua asseveração entre as obscuridades do Universo.
Ainda que os seus plintos permaneçam gotejando, sempre
Em frente, elevando-se por claridade celestial, arriba
De si próprio. Credencie na querença celestial.
Se hoje vislumbro as nuvens brancas, sentindo os gerúndios de pretéritos
que foram luzes a incidirem nos hoirzontes das esperanças do belo e eterno,
amanhã recostado na amurada da ponte de um córrego, olho as águas turvas
passando, pensando no particípio infinitivo de desejos do perene.
Encoraje-se no satisfatoriamente e aguarde com resignação.
Tudo excede e tudo se recapitula na terra,
Mas o que surge do páramo ficará.
De todos os descontentes os mais desventurados
São os que esbanjaram a fidúcia em Todo-Poderoso e
Em si próprio, porque o superior desaire é
Padecer a carência da confiança e continuar existindo.
Se hoje proseio livre causos folclóricos, re-velando com simplicidade o
hilário da sociedade, mostrando as hipocrisias, amanhã emudeço a prosa,
recosto-me no parapeito da janela no alvorecer, deixando os olhos distantes, no
íntimo sentimentos de ilusões do eterno, tudo é passageiro.
Erga, pois, o seu observar e jornadeie.
Peleja e beneficie. Instrua e antecipe-se.
Fulgure a antemanhã além da escuridão.
Se hoje ouço músicas, deixando-me voado ao ritmo e acordes, melodia e
musicalidade, fantasiando as dialéticas do som e do inaudito, na alma emoções
tecendo os sonhos da estesia da verdade, amanhã debulho as contas do terço,
rogando a plen-itude do silêncio, quando a música das sorrelfas esplende o
sentido da vida eterna.
Presentemente, é provável que a procela o amachuque
O coração mortifique o quimérico, espicaçando-se
Com o padecimento ou apavorando-se com o fenecimento...
Não se olvide, contudo, de que devir será
Distinto dia
O trilho achasse à sua espera, pé na via, instale uma quimera na alma,
Crença no coração e expectativa na mochila, a existência se atufa de
originalidades
Para os que se arriscam na jornada que orienta a verídica independência.
Se hoje desenho um barquinho na superfície das águas no rio,
deixando-lhe distanciar-se, amanhã na alma a felicidade da inspiração criando o
trajeto para o absoluto da fantasia.
Manoel Ferreira Neto.
(06 de abril de 2016)
Comentários
Postar um comentário