#BOCAS ONDE AS PALAVRAS SE CALARAM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA ***



No entre-correr da minha presença já tive que transpor as quimeras! Nas pontes de minhas travessias tive de nonadear nas curvas das estradas, experienciar os travos, vivenciar os nós górdios, fraternizar com desvigorosos, solidarizar com des-conexos, condescender os traiçoeiros, relevar os injustos e desumanos, mas espicacei preservar-me na vertical, conservar-me na horizontal de meus ideais heréticos, inclusivamente com calhaus acertaram-me em pejado, escorraçaram-me com as mãos nas costas. Não sei nomes, não olho nas bocas onde as palavras se calaram.
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Expurguei do ser o motim vil, a humilhação pleonástica, a ofensa metafórica, a desinquietação oca, o ceticismo inautêntico, o niilismo inócuo e sem quaisquer sensos, reacendi meu imo à existência. Libertei reflorir amizade, em questão o re-criar o verbo amar dos sonhos. Analisei em redor e para o paraíso sem termo... Interpretei ao longe e para a eternidade obtusa... Ajustei-me com o planeta tão impiedoso, com o mundo tão errado, adaptei-me à existência, com arduidade à existência e ao Universo que granjeava para mim. No entanto, nada olvidei, contudo nada protelei ou posterguei. Os calhaus conservei, não para construir um forte. Já é um cliché démodé….Somente para relembrar quem os projetou.
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Terrenos da alma, nada há de baldio neles.
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O sonho do verbo ser na roda-vida das dialéticas concebe o perene.


#RIO DE JANEIRO(RJ), 18 DE JUNHO DE 2020, 21:07 p.m.#

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