#AZ-VIANDO" CAMINHOS - IV PARTE# GRAÇA FONTIS: POEMA CRÍTICO



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X


Xistos laminados, vertiginosos e incertos
Projetam pálido foco, demarcam
Subjacenteiam a aridez desta superfície
E a lógica insubmissa na sombra das perquirições
A quantas reminiscências, criatividades às concepções
Porfiam os ecos na solidão
Com ares de imediata remissão
Sem constrição, do espesso às sutilezas
Cresce-se, cria e o irrevelável se revela
N'uma canção silenciosa
Certificadora da luz-da-vida
A uns/outros escondidos no próprio labirinto
... ouçam!
Assim, aquando abstraciono-me
De acesse à "Alegria bethoviana"
E esta imaginação não se detém
Rompe as limitações da descrença
Unifica-se em concílio as ações
Espontâneas e normatizantes
Dos meus êxtases ilimitados
Motivadores desta singularidade em florescimento
Como tonificantes ao incomum, nada banal
Nessa escalada de íngreme caminho
Cujo pisar fundo de brio
Com certo brilho no olhar
O vencedor!
Chegando ao largo patamar
De ampla visão do castelo sorridente a me esperar.
Descer... pior que subir!
Falseio nas questões intrínsecas, subjetivadas
Escorrego e agarro-me ao próprio susto
Mas... a morte só ocorre
A quem está vivo!
E a "Águia", essa, nunca despenca do abismo!
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Y


Yang's... habitat mais provável de meus devaneios
Por onde meu coração pulsa, cursa
Alongam meus sentimentos
Irrestritos aquém e além
Das presentes curvas sinuosas
Que somem na noite
Enquanto cabeceio o sono
E afugento lembranças além da muralha, fictícia?
Por onde visiono o vale
O outro que lá existiu!
Pois que não se pode viajar
A outros por-vires de outras primaveras
Sem que sentado na grande muralha do tempo
Ao longe os olhos se ergam.
Para só então, oxalá possa conhecer
Outro mundo na frequência do meio-dia
E muitas outras ideias aplaude
Às vésperas de tão poucas ideias
Enquanto minh'alma cura no varal da existência
E a arte me balbucie seus segredos!
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Z


Zéfiros sibilantes revestem,
debruçam
Sobre a instantaneidade das nuvens ameaçantes,
Por cima do sertão,
Do mar às coxilhas desérticas.
Vindos da graçalidade etérea
Para que esta visão não sofra de embaçamentos
A hora de interpretar as flores, que florescidas
Na mesma gravidade simples desse mundo
Sorriem
Ante o vagar deste olhar
Como se de tudo, nada visse
Atrás dos homens porquanto mordo os lábios
Sofrido, mas, mais decisivo em meus fortes gestos
Perceptíveis a primeira estrela da manhã
Pulverizadora de dúvidas, arrependimentos
E as lembranças d'um futuro inda pequeno e o silêncio de engasgar
As palavras esmagadoras da minha grande solidão.
Instante do ontem, foi!
Com seu beijo tácito de muitas bocas
Imperativo a pungir o medo de ser
Que o tempo de vazios abonou.
Distanciei-me desse algoz
E do algoz de mim mesmo
Estou distante
Pelo que mais pesa em mim
Que minha linguagem incompreendida
Aquando lavro meu papelar nas orlas
Por onde anônimos passam, passam
Voltam e as palavras não vêem.
Tão pouco meu recomeço
Emerger-se
Do subterrâneo às alegrias
Sinalizado pela tarde de azul crepuscular
Distintas de tudo por onde caminha o silêncio
Encontro o caminho aberto
Às falas para esse neblinado horizonte
Alinhadas as árvores e aos homens
De enigmas e sentimentos.
Como um extrativista deste ilhéu de anonimato
E meus passos inalterados
Vagam pelas areias com meu distinto sorriso...
Palavras... assim extraio-as!
Graça Fontis


#RIO DE JANEIRO(RJ), 06 DE JUNHO DE 2020, 04:49 a.m.#

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