ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ENSAIA A PROSA SATÍRICA #NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ# ***



No texto “NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ” de Manoel Ferreira Neto, direi que é uma prosa onde usa muito a ironia contra a falsidade e onde os oscos de intelecto cogitam que com suas rezas, sejam elas de Jeová ou outra doutrina qualquer, se salvam das crueldades e da falsidade que usam contra os outros e que usam o nome de um “deus” qualquer para as atrocidades que praticam. No que concerne ao que li apraz-me verbalizar que;
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Dimanamos num planeta nubloso.
Onde as criaturas gracejam quando se observam.
Não se veem, meramente o que acreditam.
Suturando fraudes com uma linha delicada.
Dimanamos num planeta nebuloso.
Onde o astro-rei surge diariamente
Mesmo quando desgraçam-se em suas existências.
Espíritos ocos que estremecem.
Dimanamos num planeta nubloso.
Onde a futilidade surge.
Criaturas transitam, calcula-se nas idoneidades as que abdicam.
Como se o fenecimento os açoitasse.
Dimanamos num planeta nebuloso
Onde cada um indaga o seu desígnio
Peregrina ao ingresso da fera.
Como se fosse, aprazendo, seu tão desejado prémio.
Dimanamos num planeta tão nebuloso
Nós emanámos num planeta tão infeliz.
Nós emanamos num planeta sem ordem
Mas, o que é certo, é que ninguém quer abdicar dele, ponderando que a oração os livrava de todo o mal e falsidade, mesmo quando enunciam como profere o escritor Manoel Ferreira Neto, num tom irónico e satírico “partiu desta para melhor, um eufemismo, ou seja uma suavização de falar da morte como se livrasse de todos os males que fez no mundo…


Ana Júlia Machado
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RESPOSTA AO ENSAIO SUPRA(HUM ANO APÓS PUBLICAÇÃO)


Não afirmo veementemente o seja, mister investigar mais a sátira para dizer algo com ciência de suas dimensões. Relendo hoje, após um ano da publicação, não significa que questione o que estava pensando e sentindo no instante da criação, as idéias e perquirições, pensamentos e avaliações, a intenção fundamental tinha ao escrever esta prosa satírica, aliás, isto é de segundo plano, para mim, pouco, muito pouco importa, mas a questão é que a sátira abre outras dimensões de análise, saber o riso que há dentro do riso, o sarcasmo que há na linguagem re-versa e estilo in-verso dentro da ironia e cinismo, para destrinçar a comédia que é a existência com as contradições, nonsenses, caráteres e personalidade distorcidos, farsas, falsidades, hipocrisias. Há inúmeros risos dentro dos risos por se descobrir outros ângulos da crítica e do desdém que traz no seu âmago, os valores e virtudes todos de cabeça para baixo, retorcidos, o mundo se torna o palco das mazelas humanas, com as atitudes e ações que emanam de sua natureza. A sátira realmente move o intelecto, a razão, os instintos a adentrar no âmago das circunstâncias ridículas do homem, tornamos-nos fantoches ao olhar do outro, objetos de riso e gargalhada.
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Ano atrás que a escrevi, não tinha inda noção destas dimensões e perspectivas, agora me surpreendendo sobremodo, "depois de milhões há milhões e um", atrás de cada riso, há um riso, atrás de uma ironia há ironias inda mais perspicazes. Já escrevo sátiras há longos anos, tendo iniciado com a heptologia do asno intelectual, Incitatus, Utopia do Asno no Sertão Mineiro, Hoje é que percebo esta veia satírica que me reside.
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Efetivamente, caríssima Amiga e Companheira das Letras, Ana Júlia Machado, jamais poderia imaginar que esta sátira significava para mim o meu ponto de vista acerca das religiões, seitas, ter-me aportado "... no "ancoradouro de fictícias" verdades e declamado as capitais metafísicas da prova da existência do abismo em cuja profundidade habita a eterna imperfeição do saber se os sibilos do vento que sobem originam-se do nada ou se há alguma fonte que os concebe e exala, recita as veniais metáforas dos monstrengos e espantalhos virtuosos da moral de rigidez medrosa..." Relendo este excerto, não tinha inda conhecimento de era o meu ponto de vista sobre as religiões e seitas religiosas, o que ri não é brincadeira, há leituras venenosas da história das Religiões, críticas ardentes, vê-se com clareza o ridículo delas, e os homens como boas ovelhas que são seguem-lhes piamente. Pense por exemplo na Idade Média, coloque está sátira da Igreja deste período da história, é tanta sandice e despautério que faz rir.
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Gratidões eternas por seu incentivo, reconhecimento nesta veia satírica, que hoje estou sabendo analisar além do momento de criação, a sátira, mais que todos os gêneros, enfia-se pela história, sob quaisquer cricunstâncias, pensamentos e ideologias da época, e tece o ácido crítico a tudo sem dó nem piedade.
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Beijos nossos a você, nossa amada e querida netinha Aninha Ricardo, a todos os seus familiares.
Manoel Ferreira Neto
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NUVEM DE TEMPESTADE DO COLÉRICO JEOVÁ#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA SATÍRICA


Nada vazio nos quintais baldios da solidão-pecta nas circuns-vertentes macambúzias e sorumbáticas que rezam o Pai-Nosso das in-surreições destituídas de instintos fervorosos, professam o Credo das heresias das virtudes supremas da ausência de paixões consolidadas, descendo à mansão dos mortos, encomendando as almas pecadoras e penadas ao Sétimo Inferno, à soleira do rio Cócito, para o deleite, prazer fátuos, fálicos, fáticos das maledicências escrotas que acendem os pavios da vela de sete dias para a salvação e perdão das viperinidades escritas às avessas dos divinos e endeusados princípios além do bem e do mal de um único raio de sol que atravessa o tenebroso, generalizado e duradouro dia-noite coberto pela sombria, melancólica e alta nuvem de tempestade do colérico JEOVÁ, considerações intempestivas, que intencionam ser flechas indiretas, por assim ser mais fácil a lei do menor esforço para atingir as vaidades e orgulhos da raça que "aporta no ancoradouro de fictícias" verdades e declama as capitais metafísicas da prova da existência do abismo em cuja profundidade habita a eterna imperfeição do saber se os sibilos do vento que sobem originam-se do nada ou se há alguma fonte que os concebe e exala, recita as veniais metáforas dos monstrengos e espantalhos virtuosos da moral de rigidez medrosa que teme escorregar e cair a qualquer instante, flutuando e brincando de alegrar de quando em vez com a sabedoria dançante, brincalhona, infantil e feliz, para não perder a liberdade sobre as coisas, embora tal menor esforço da lei torne-se categoria da falta de sensibilidade e inteligência, mergulhando numa violenta ânsia de penitência e ab-stinência, e nela veste a roupagem da ralé, como se fosse um hábito de cilício, elevando a cabeça aos píncaros do sublime intelecto, bailando de felicidade e êxtase, alfim as escritas escrotas servem com primor, excelência aos desígnios do Sétimo Céu onde residem todas as dimensões da serenidade, suavidade, tranquilidade, aquilo que chamam de vida melhor, quando dizem "partiu dessa para a melhor", que eufemismo esplendoroso!, como também servem ao além, aos grandes pulmões dos arautos e dos pés dos corredores, sempre entre as primeiras a enaltecerem o novo bem, e quem elaborou e artificiou tais escritas no livro escroto sabe de estados de alma elevados que produzem a embriagues e os ideais golpes de sentimentos fortes e nobres...
(21 de junho de 2019#


#RIO DE JANEIRO(RJ), 24 DE JUNHO DE 2020, 11:01 a.m.#

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