ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ENSAIA O AFORISMO 680 /**HUMANIDADE DO SER**/
Em relação a este AFORISMO 680/HUMANIDADE DO SER#, vou escrever aquilo
que penso ser escritor…tarefa bela para quem gosta de o fazer, e quem gosta,
será porque não sabe mesmo viver sem a escrita sem pensar em qualquer proveito
ou benefício.
Se pensar viver dela, vive na miséria, essencialmente os que são bons,
pois o que não interessa e é sensacionalista é que vende. As pessoas continuam
a gostar viver na ignorância. Um dia quando um bom escritor, partir para outro
mundo, talvez falem nele, é o trivial…
Compor do “conceber” uma arte é um repto quotidiano de êxtase e harmonia
com o que já permanece, adicionado ao empenho sobre-humano, de alcançar se
causar entendido, mesmo que a oportuna faculdade seja, na realidade, uma
experiência do criador de entender aquilo que comenta. É nebuloso, mas proferir
sobre o que é tão simples e impenetrável não aceita utilitarismo e concordância
oral constante.
Para aqueles que pretendem fazer da escrita sua incumbência, compete
transparecer determinadas circunstâncias. O primeiro é que não existe normas
para se jogar nesta expedição, salvo de que é essencial infringir para
encaminhar algo novo a uma verdade tão idosa quanto são as letras. Não que
encaminhar algo renovado seja forçosamente o componente oculto de feitos sublimes,
mas infringir é uma forma de tentar e requestar, por veredas sinuosas, novas
formas de verbalizar o que se quer exprimir de verdade. Ser talentoso, ou não,
não provém unicamente do autor, mas igualmente do que decifra.
Arrojar mão deste curso constitui sim, o sujeito que se sugere, em
condições deveras árduas, que destinarão ao testemunho o tempo todo pareceres
tão enigmáticos como habilidade, aptidão, e mestria. O mundo é bárbaro com quem
efectivamente arrisca; logo arriscar é nadar contra essa oportunidade que se
alteia em um sentido oposto ao da corrente dos devaneios de um iniciante. A
erudição, toda aquela não solicitada no instante da obra, deve ser o que conduz
esse encarar, até mesmo como intriga de repetir esse propósito de ser autor.
Assim como para artistas o palanque é um ímã indispensável que mede a
tendência, para escritores, como bem disse Rilke em uma “carta a um jovem
poeta”, se redigir não for uma indispensabilidade essencial, então é mesmo
preferível ir entoar em outra povoação.
Ana Júlia Machado
Gracias muchas, eminentíssima escritora, poetisa e crítica literária,
por esta consciência-estética-ética, por todas as lições que fui assimilando ao
longo de nossa estrada juntos. Desde os primórdios, Ana Júlia Machado, como ela
a-presenta neste ensaio, percorre toda a História da Literatura até os tempos
atuais. Ensaio em nível de Fernando Pessoa(Portugal), Goethe(Alemanha),
Dostoiévski(Rússia), Oscar Wilde(Inglaterra), Rilke(Alemanha)... Infelizmente,
o Brasil não possui esta consciência-estética-ética, e eis uma razão da
epidemia, a febre de pessoas garatujando letras, sentindo-se escritoras com
letras maiúsculas, e nada havendo de Literatura, Poesia, Arte, simplesmente
verborréias. Isto acontece no Brasil da atualidade devido à inconsciência do
valor e das virtudes da Arte Literária, Poética. Nos anos 80, as Artes
Plásticas, aqui no Brasil, passaram por esta epidemia, febre, não havia quem
não pintasse, esculpisse, felizmente passou esta fase. Esta fase irá passar
sim: a Literatura, a Poesia são justas, dão os méritos a quem realmente merece,
os outros ficarão a esmo pelas instâncias da humanidade.
Sublinhando, Ana Júlia Machado, de origem portuguesa, é um ÍCONE da
Literatura, Poesia nos tempos atuais, e uma lição verdadeira para quem deseja
mesmo seguir a estrada da Arte Literária.
Gracias muchas, eminentíssima escritora, poetisa e crítica literária,
por esta consciência-estética-ética, por todas as suas lições que fui
assimilando ao longo de nossa estrada juntos.
Manoel Ferreira Neto
#AFORISMO 680/HUMANIDADE DO SER#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Ao escritor memorialista mineiro, curvelano, Antônio Nilzo Duarte(Eliete
Araujo Duarte) com os meus sentimentos de amizade, carinho e Amor. "Você,
Nilzo Duarte, é "escritor" "
Ser escritor... Não é?! Esplendido!... Maravilhoso!... Pura magia. Razão
dos mais idôneos e lídimos orgulhos. Aquele dom e talento das palavras. Mudar o
mundo, costumes, hábitos, cultura, o ver as coisas com olhos diferentes, tudo
isto por inter-médio delas.
Se a vida fossem apenas pensamentos, idéias, razões, utopias... O homem
estaria reduzido a quase nada, senão a nada. Digamos que isto é unicamente
"tiquinho", "tico" diante de tantas outras dimensões.
Almejá-las e atingi-las, realizá-las, sê-las. A vida longa por vezes é
insuficiente, por mais que a entrega seja inteira e completa, seja absoluta e
total.
Começar do in-verso para alcançar o verso verdadeiro quiçá seja a
vereda, a senda, o silvestre da floresta. As letras talvez ouçam este ideal,
este sonho, esta utopia, realizem-os com excelência e divin-itudes. Mas seria
que o verso verdadeiro preenchesse as ausências, as faltas, as falhas,
satisfizesse as carências, solidão, por mais as palavras hajam sido solidárias
e compassivas?
Não creio nisto em absoluto, se o verso verdadeiro não for ipsis
litteris a "humanidade do ser". Não o sendo, tudo isso a outro
caminho não leva senão ao vazio mais abissal que se possa imaginar. E lá se vai
a vida!
O escritor que são letras, que são a expressão mais estética da
linguagem e estilo, a beleza na sua mais pura expressão, nada, em verdade, é
senão a "fala", o "dis-curso" do nada. O escritor é a busca
da "humanidade do ser", o amor, a leveza do amor, esse sentimento
insustentável, e só o sendo pode trans-formar idéias, utopias, sonhos,
pensamentos, culturas, virar o mundo às avessas, aos re-versos, aos in-versos.
Mas começando por si próprio, ser ele esta "humanidade do ser", ser
este amor, amar. Se o escritor quiser ser espertinho, usar de toda a sua
perspicácia e inteligência, deixando-a impressa no dito de suas obras, gritam
as palavras, rosnam, uivam, ruminam as letras e revelam a falsidade, a farsa, a
hipocrisia do escritor no inter-dito.
Ser escritor é ser a "insustentável leveza do ser", a
"humanidade do ser". Atingir, alcançar isto só mesmo por inter-médio
das verdades mais abissais que habita o homem.
(**RIO DE JANEIRO**, 08 DE ABRIL DE 2018)
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