SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 700 /**ARTE NÃO É APENAS PARA LOUCOS**



Nossa! Boquiaberta com tuas verossímeis palavras, é realmente estupenda as artes por ti mencionadas tomadas como parâmetros para sua composição, Manu...Concordo com você, não vejo loucura, mas vejo certa agonia na pintura, dor física talvez...quanto às lições por você assimiladas, devo dizer que só lhe fizeram bem, olha só como enriqueceram seu mundo, acho que você tem alma de artista pintor também, talvez por isso se uniu a uma pintora com alma de poesia.Texto belo demais Manu, assim como você também me transformo ao vivenciar a arte verdadeira essa de beleza singular como você descreve no texto e como ilustra seu aforismo... Quanto ao tema esquizofrenia, nem vou me atrever a opinar por conhecer bem pouco sobre, e poderia passar uma ideia errada sobre. Já fiz um poema sobre ou dois, lá atrás porque minha amiga Su, tem alguém na família tratado há anos com esse problema, sei que são pessoas inteligentes, mas desligada do mundo ou ligada demais, sei lá, cada caso um caso. Gostei muito quando diz sobre os livros nas estantes é fato, muitos "metidos" escrevendo, e se achando o maior entre os maiores, os livros ficam lá empoeirados, igual aos que compram curtidas aqui no face kkkkk compram curtidas, não compram comentários pelo menos ainda né? rsrsr Bem, meus parabéns meu querido! Texto de pura excelência, sem puxa-saquismo porque não sou disso e você não precisa.Parabéns Manu...Bjos no <3


Sonia Gonçalves


#AFORISMO 700/


Donde já se viu, não é mesmo, comprar Curtidas. É um despautério. Olhe, caríssima amiga e escritora, Sonia Gonçalves, se o comprar chegar ao Comentário, à Crítica, comprá-los, não tenho preço, nem nas artes e nem na vida. Não somos assim, não é mesmo? Compram hoje as Curtidas, mas amanhã estarão mais do que esquecidos, anônimos na vida.
Gracias muchas pelo reconhecimento e carinho.
Abraços nossos!!!


ARTE NÃO É APENAS PARA LOUCOS**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Não é a loucura que vejo e observo num quadro de Van Gogh, a sua esquizofrenia, ou a epilepsia num romance do mestre Dostoiévski - o único que me administrou as lições das máximas mínimas da contingência, ipseidade, facticidade, em termos e perspectivas o símbolo, o signo da alma humana, mas a expressão livre de um homem, o dizer espontâneo de um indivíduo, a expressão livre de seu ser – só assim numa obra de arte me re-conheço, pro-jecto-me a outras visões e consciências do que sou, de quem sou, só assim numa obra de arte sou capaz de trans-cender e ver além de minha contingência, dores e sofrimentos, alegrias e felicidades, de meu estar-no-mundo, de sonhos e esperanças da eternidade, do eterno da morte e de cinzas, só assim numa obra de arte posso sentir que a criatividade me eleva e me real-iza, transforma-me, torna-me outro na outridade de meu íntimo e de todas as suas dimensões de êxtases e prazeres, na alteridade dos recônditos e regaços dos instintos ávidos de poder e liberdade, desejos e vontades, querências outras. Além de que nem todo o louco ou epiléptico, esquizofrênico é artista, a arte não é apenas para loucos, epilépticos, esquizofrênicos, esquizóides, hipócritas e imbecis, bufões; na arte, porque na escrita qualquer um deles pode fazê-lo, os hipócritas e os imbecis são os que mais têm livros nas estantes das livrarias, os esquizofrênicos mais se ajuízam os imortais, os que mais se aproximam da verdade, embora se lembrem de que o real só exista na imaginação fértil.
Toda a real-ização, por superior, implica o estar-no-mundo, ou seja a presença de um corpo nele. Pobre bocado de carne tão perecível, tão degradado na miséria que a cada instante o corrói ou ameaça.


(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE ABRIL DE 2018)🕵️


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