Semear palavras... Sementes de ilusões, sonhos, raios solares, luz tocando-lhes com magia. Sementes de outros horizontes, além o verbo in-fin-itivo das re-fazendas, GERÚNDIO PARTICIPIADO DOS REALENGOS, além a sin-estesia do pleno, re-colher e a-colher a sensibilidade do ser, querência do eterno, além o morfema da solidão às trafulhas com a leveza dos ventos, além a exegese do silêncio enamorada das ipseidades do fátuo.


Além o semear das possibilidades e utopias
semear a recepção de serem férteis, conceberem frutos,
semear o mover-se das in-verdades e verdades
como se tudo que procurar sair do homem
e que tem sede de conhecimento se
encontrasse agora livre e bem-aventurado
em um júbilo de conhecimento, sensações
em um banho de éter mais puro
e espontaneamente torna a beleza mais próxima,
o sentido mais rítmico.
semear o além-palavras as ad-jacências do sublime
onde o espírito de verbos ipsis fecundam a estesia
do desejo das regências e sensações das metáforas,
onde o além-dito das in-versões e reversões voeja solene.


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...


Ontem, éritos de melancolias, saudades das ilusões perdidas, angústias e náuseas do não-ser, introspecção, circunspecção, onde a luz a iluminar as veredas das desejâncias da completude, sin-cronia do tempo e do vento, harmonia do verbo e do ser?
onde a raiz dos desejos e volos do eterno
em cujas ad-jacências e bordas o sentido
profundo da verdade se re-vela,
a-nunciam-se outras esperanças da beleza do belo?,


onde o tempo que é tempo de semânticas
e linguísticas dos verbos do amor e entrega
em cujas dimensões sensíveis e trans-cendentes
mora o espírito do perpétuo?


Onde?... Onde?... Onde?
Sob o solo onde a semente "palavra"
germina o ad-vir, o há-de ser.


Onde o onde verbaliza a distância,
oração subordinada adverbial... mistério,
quiçá nas bordas do in-fin-itivo in-finito...


Onde o longínquo a saciar a fome e sede da verdade,
Alhures aos conceitos de suas características,
Algures às definições de sua natureza e estrutura...


Inter-dita nas metafísicas do arco-íris no crepúsculo,
Sombrios os pensamentos, nauseabundas as idéias,
Perquiridos instantes, reflexivos átimos de segundos,
Uma língua nova, dar à nova interioridade


Corpo novo, um som novo,
Elevar a língua para que ela possa fazer ressoar
Outra vez um sentimento, elevada
Paixão por elevadas máximas e idéias.


Vibrar diante do pressentimento da própria purificação
De semear palavras, magia de alma inteiramente nova,
Mito, canto, dança, criações de linguagem,
Destilar de tudo isso remédio voluptuoso contra esgotamento e tédio


Hoje, iríasis do in-finito, semear palavras em cujos interditos presentifiquem sentimentos de idílios, fantasias, quimeras, sonhos, esperanças, o peito arfando por o tempo tornar realidade, por as utopias estarem se re-novando, in-"ovando" outras idéias, germinando esperanças:


a verdade da vida ser o espírito de desejâncias,
ser a alma de travessias e passagens,
travessias e passagens de símbolos do vir-a-ser,
travessias e passagens de signos do eterno,


as travessias da vida serem a alma dos sonhos
perscrutando as esperanças e entregas,
perquirindo os enigmas do desejo de querer
a verdade cristalina que sacia a sede do sujeito.


travessias e passagens de metáforas da felicidade
e alegria perenes, travessias e passagens
de linguísticas e semânticas do pleno.


travessias e passagens da metafísica da loucura
e trafulhas imortais, trambiques póstumos
rumo à insanidade de todas as gerações e tempos


Hoje, semear palavras nos corações, pulsar-lhes de ideais da verdade, do amor, da solidariedade, aquele saltitar de prazer e gozo ao som do silêncio que sussurra intimo ritmos e melodias da insustentável leveza do ser, que murmura profundo a lírica e as notas da música do verbo de ser...


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
depósito sagrado e o verdadeiro fruto de sua existência,
a propriedade da humanidade legada a uma posteridade
que pudesse julgar melhor os seus frutos.


Palavras de desejos do eterno, da felicidade - linguística do amor.


Onde o olhar sensitivo, cujo sentido que alumbro
É enigmático mar adentro poema marujo mergulha,
Marulhando sentimentos e magias na "poesia do invísivel..."


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
Palavras de querência do belo, da beleza - semântica da felicidade.


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
Onde o fim precede todos os outros e
pelo qual ele porta a coroa de espinhos
que um dia se transformará em coroa de louros


Palavras de desejância da alegria, do gozo - metáfora do divino.
Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
Palavras vigorosas e expressivas,
Uma simplificação da estrutura da frase,


Inventividade quase única na linguagem das emoções
Flutuantes e do pressentimento - um espanto e centelhas de dúvidas...


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
Sempre que uma alma, inda que não muito receptiva,
Se abre para a ec-sistência,
a ec-sistência não deixa de lançar sua semente.


Semear palavras nas sendas dos sonhos!...
O sábio só con-vive com os homens de sua época
quando é possível através deles aumentar
o tesouro de seu conhecimento.


(**RIO DE JANEIRO**, 27 DE ABRIL DE 2018)



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