#AFORISMO 688/BALADA DA VIDA PLENA# -//GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Ad-jacente alvorecer nutrindo de volúpias e êxtases a alma-essência do eidos da con-templação do verbo de ser, o espírito-eidos de templar no cântico divino do amor...


a neve lívida a re-colher e a-colher
no silêncio paráclito
o sonho da vida,
para além da janela aberta
esplende os flocos aos horizontes
e uni-versos da vida,
concebendo a volúpia
do desejo da solidariedade,
compaixão,
amor-eidos das mãos dadas
na jornada da plen-itude,
jornada do tempo,
Acordes da música,
suaves e melodiosos
penetram a alma
como cruciante chama,
coroado de flores,
conduzido num pedestal,
um símbolo egípcio.


Tempo de neve nos interstícios do coração, o friozinho delicado acorda emoções desde a eternidade à eternidade, emoções que exalam o verso-princípio da poie-lética do absoluto e efêmero, do nada e nonsense, das nonadas e travessias despertam chamas do fogo íntimo que choram ao brilho do sol, vertem quimeras no indizível do vento
que perpassa a montanha coberta,
invisível ao olhar nu dos linces-finces
e fecunda a visão íntima da inspiração no âmago,
seio do desejo da querência da
perpetu-itude do belo,
da beleza,
da estética da leveza do ser,
da sorrelfa po-emática da suavidade
do verbo amar,
simpleza do sentir profundo a luz
que cintila
iríasis da felicidade,
marcha apoteótica do libertador divino,
o salvador dos sentidos,
o abandono selvagem,
a gritar com entusiasmo,
euforia,
êxtase.


Amar: desde a fonte que jorra águas límpidas ao percurso do tempo que epigrafia as esperanças im-perfeitas sob as ondas da luz, preambula as utopias mais-que-perfeitas sob o sono coberto com o sudário da liberdade, caindo sobre o sudário pingos de orvalho, eis a buarqueana canção da vida, da ec-sistência, eis o amanhã que haverá-de ser o verbo-tempo da eid-itude do pleno ser do in-fin-itivo
verbo da morte
que esplende
suas nonadas-eidos
às re-vers-itudes
da neve
que coracionaliza
a fonte-genesis da
vida-vida.


Eis aqui, con-templando a neblina-neve-orvalho à soleira da imaginária lareira, retro-sentindo a imagem plácida e flácida do ser-eterno de sonhos e esperanças, só tenho isso para oferecer, amor e fidelidade aos verbos-princípios da aurora de re-começar o espírito da sensibilidade, a alma da sub-jetividade buscando as estalactites da perpétua gruta.


Amanhã serei ilusões, serei fantasias, serei sorrelfas, mas no tempo de mim na eternidade serei o não-ser à busca das contingências do ser das poie-léticas.


Amanhã vers-ificarei de metáforas respingadas da neve genética do efêmero as volúpias do amor que, em fecundando a alma de inspiração do belo, segue o ser às esperanças da felícia plena, na continuidade do tempo as dialéticas da linguística do nada, do puro. Amanhã vers-ejarei de sinestesias do perene o verbo de sentir bem profundo, o intimo na conchinha das emoções, cochinchina das sensações,


o prazer transcendente,
espiritual do "eu" que,
de pretéritos em pretéritos,
vires-a-ser em vires-a-ser,
compondo de érisis do sonho,
quiçá,
algum raio de luz
incidindo nos pinguitos
de garoa
projete em mim
o verbo da inspiração
que ilumina
o eidos da espiritualidade.


Poeta não serei, escritor tão menos, serei apenas um sonhador que esplende sua alma aos uni-versos do mundo carente da verdade.


E mesmo assim, não há duvidar: a vida plena está em questão.


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE ABRIL DE 2018)


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