SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA #AFORISMO 691/LIKA-TOKA - MIRÍADES D´OBSTÁCULOS#



Boa tarde, Manu... Que delícia de texto. Isso sim não estava no contexto de ninguém... mas tinha que advir de ti numa inspiração completa claro... perfeita! Filosofando com poesia o que mais poderia ser?As rimas eruptivas quais flores sempre vivas brotaram do fundo da sua consciência com certeza, a alma do poeta é uma fonte d'água viva, um poço d'onde inspirad'ouros, diamantes, problemas cruciais, dúvidas existenciais e muito mais, tudo captado num suspiro, na trilha de si mesmo na ilha onde todo homem permanece sentando sobre uma pilha ilha de miríades de obstáculos, fez-se aqui o círculo mais jubiloso!!! Aplaudo-te... aplaudindo ainda... Obrigada Manoel Ferreira Neto, diz pra Graça que sempre que vejo essa pintura me vejo nela... amei d++++ Bjos pra vocês.


Sonia Gonçalves


#LIKA-TOKA - MIRÍADES D´OBSTÁCULOS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Triste, abrace-me com fervor, mesmo que o mundo acabe em mim, apesar de não mais existir, sorrirei, e os olhos brilharão de alegria, de satisfação, de ex-tases, do pleno, do uni-verso de prazeres;


Alegre, ria comigo da vida dos homens, embora vertam lágrimas de angústias,
meu coração se sensibilizará, e eu orarei para que voltem a esperar tranquilamente o amanhã que será outro, os sentimentos que serão de amor e paz, a alma que descansará de suas dores, o espírito que entoará cânticos de
Felicidades e prazeres.


Em silêncio, re-flita comigo
Sobre as dúvidas que dentro trazemos em nós,
Dúvidas da ressurreição,
Dúvidas da redenção,
Dúvidas do amor,
Dúvidas da esperança,
Dúvidas do ser.
Dúvidas do efêmero,
Duvidas do eterno?
Duvidas da morte?
Sobre os medos que nos impedem outras realidades,
Sobre as inseguranças que não nos deixam
Mergulhar fundo no ser da vida,
E aflorar nossas esperanças e fé.


No verbo de nossos sonhos, as utopias dentro de nosso coração sedento de verdades plenas, re-nascer pedrinhas redondas, re-vides de oráculos des-velando, des-nudando riquezas e tesouros nas montanhas e no fundo dos desfiladeiros, sob a luz brilhante de néon, no fundo de riacho de águas cristalinas iluminarão o deserto de nossa solidão, "miríades d´obstáculos num círculo jubiloso..." grito rituais de cortar os jades e as gemas, grito ritos de criar lágrimas na superfície da rocha, grito místico de criar objetos com plumas, de talhar a pedra e a madeira, "rio de esperanças" são danças ao fado, às balalaikas.


Nos sonhos de nossos verbos
Que abrirão os horizontes longínquos,
Que revelarão as imagens e cores
Das cintilâncias das estrelas distantes,
A vida re-nascerá, nascerá o outro
De nós, da vida, das esperanças,
Idílios, quimeras e fantasias,
Desejos e vontades serão expressos
Em linguagem nítida, estilo transparente,
Da jovem deitada numa cama
Perscruta o porto próximo,
Criando as sendas dos sonhos da ânima,
Das palavras trazendo no bojo o íntimo.


Solitária, sinta bem íntimo comigo
As palavras que nascem,
Os desejos de expressá-las num dia-logo
Dizê-las com euforia,
Euforia de quem sente bem íntimo a ardência da vida,
Mostrando a amizade
Carinho, ternura,
De mãos dadas com os solitários
Re-velando outros universos de beleza
Da vida e do mundo,
A solidão ser a porta da sala de refeições
Aberta ao infinito,
Por onde entra a luz diáfana
Do numinoso e esplendores,
Os raios fortes do sol que encantam as retinas,
O brilho da lua que ilumina as trevas
E nos homens desperta a certeza do amanhã,
De novos verbos a serem conjugados,
De outras perspectivas dos sonhos,
Ângulos da fé e esperança;
É a janela aberta para o ser
Da verdade, que,
Sentido e vivenciado,
Com dignidade e honra,
Mostrará a plenitude do amor,
Habitando nosso coração
E nossa alma feliz por senti-la
Presente e forte,
Manifestará a infinitude da fé,
Residindo em nosso espírito,
E as palavras ardentes de serem
Vivenciadas na língua de todos
Os universos, mundos, infinitos, horizontes,
Na língua das carências humanas
E individuais
Sedenta da verdade-sensível da vida,
Desejosa da sensível-verdade do ser,
O ser não é objetivo,
O ser não é subjetivo,
O ser não é racional,
A racionalidade não é o ser,
O ser não é espírito,
O espírito não é a alma do ser,
A alma não é o ser do espírito,
O ser “é”
No Verbo da Vida,
A Vida é
No amar a quotidianidade,
No amor às intempéries dos
Conflitos e dores.


Alguns amigos, sensíveis e verdadeiros, nem na alma nem no espírito, nem no corpo nem nos ossos, mas na sublimidade do ser de cada um deles, dizem que sou um ser sensível, mas que crio muitas fantasias, a realidade é outra mais
Difícil, o real só existe em minha imaginação, e a imaginação do real é desejo da plenitude por onde serei artífice de sublimidade, eteridade, e no éter dos sentimentos serei inesquecível como o desejo de expressão do diamante que risca o espelho da vida, da dificuldade de viver.


Se me sinto realizado,
Disse o que só agora,
Nestes momentos de tristeza, solidão,
Circunspecção?, não o sei,
Sei que no íntimo de meu ser,
No ser de minha intimidade,
Sonhei os homens e a humanidade inteira,
Sonhei-nos dançando ao som de silêncios
A música de sermos uno nas cores das palavras,
Ósculos ternos, leves, serenos,
Em todos os séculos, milênios e décadas,
Sei que somos nós, nós de correntes divinas,
Que ligam a morte à eternidade
Do beijo que é perfeito,
Lábios sorriem com bondade,
Proferem palavras clementes e melodiosas,
Quaisquer das ilhas da proximidade,
Quaisquer gaivotas andando na orla lírica
Das ondas que se espelham na areia...


(**RIO DE JANEIRO**, 19 DE ABRIL DE 2018)


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