**SEMANA //Blog **BO-TEKO DE POESIAS** - 18-24 DE NOVEMBRO DE 2016** - Manoel Ferreira


**FACES NO TEMPO: LIBERDADE**
Manoel Ferreira Neto/Ana Júlia Machado
(*RIO DE JANEIRO*, 20 de novembro de 2016)



Mestria das conexões, sinais, verbos,
Execuções descobre-se na naturalidade,
Impulsividade da fictícia incorrecção do ser…
Procure o sentido da incorrecção do ser
À claridade da mestria que a escora e protege…
Conhecerei que a todo o instante habito,
Sofro, avisto,
Considero o instante que careço… que é divino, exemplar, Elementar…
Que me desloca, dispõe,
Impulsiona na rédea da autenticação
De quem sou e o que concebo aqui…
Que se conheça a assentar, resfolegar visceralmente…



Que se instrua a acalmar
E hospedar este regularizado intelecto…
Que se instrua a acreditar…
Que se instrua a estacar…
Que se aprenda a observar…
Que se instrua a enlaçar…
Que se instrua a aguardar…
Que se instrua a narrar…
Que se instrua a venerar…



Que se aprenda a admirar a pulcritude do trilho…
Com toda a mágoa, angústia,
Tristeza, temor e anelo de se avistar livre, ditoso…
São essas as energias que me impelem…
Tenho erudição para aceitar
A luminosidade deveras se conheço a escuridade…
Escuridade só é verídica na inexistência da claridade…
De nada antecipa pretender alumiar a escuridão
Com luzinhas de materialismo ideado…



Sou episódios para a perspectiva, para o infindável desperdiçar-se.
Hoje, sou a anamnese olvidada, sou a idade que já partiu
Sou como os tracejados no pojo que as lágrimas já safaram
Sou como as iras que a imensidão já transportou.
Sou esse vazio que te atesta, sou a quimera da tua imaginação
E teu mutismo. Sou tua reflexão em fútil.



Não quero rir de felicidade:
Quero a felicidade rindo de tanto
Sentir o prazer de ser feliz,
Emocionar com a alegria da felicidade,
Sensibilizar com a verdade quotidiana da busca
Com o sonho nas mãos.



Não quero debulhar as contas do terço,
Rogando a redenção e ressurreição:
Quero todos os pecados lucilando nos recônditos da alma.
Não quero alvorecer com os pássaros trinando no ipê amarelo:
Quero uma tempestade daquelas anunciando o novo dia.
Não quero o despetalar de "bem me quer/mal me quer":
Quero a rosa no jardim, respingada de orvalho.
Não quero a poesia poetizando a poiésis do poema:
Quero simplesmente palavras sem semânticas e linguísticas.
Não quero cartas dizendo o meu destino:
Quero o destino jogando as cartas aos naipes do eterno.



De nada apressa imaginar eu sou ditoso, eu sou querença, eu sou pacificação, eu sou independente, surripiando a plangência penetrante que me ocupa, ou a mágoa que somente são o resultado instintivo do bem-querer que eu sou…
Como poderei identificar uma realidade pretendendo a todo o instante azular, surripiar, anular a distinta? Não tem sentido racional…
Preciso identificar a natureza elementar onde me abranjo e que se acha além de físico, intelecto, sensações, sensibilidades…
Poderei transitar os dias da minha existência focalizado em “aperfeiçoar” a minha notabilidade, paridade, corpo, sensações, sensibilidades, ligações, enclausurado à alucinação de que isso será a entrada de investida para a minha independência, sentido de quem sou… mas estaremos unicamente representando vagamente...
Careço ir mais além… compreender que eu não sou a minha índole, paridade, físico, comoções, sensibilidades, ligações… que isso somente é uma minúscula constituição daquilo que sou…



Obtusas pectivas de hereges ex-tases
Do espírito que ornamenta e arrebica
As cogitans res do pórtico cócito das sorrelfas do pleno
Com a incólume e insofiismável vacuidade
Dos eternos pretéritos
Subjuntivando os gerúndios de declinações
Do in-fin-itivo no jogo lúdico das defecções florando as incongruências efeméricas do nada
Em cujos in-fin-itivos interstícios residem
A ab-solut-idade obtusa
De sentimentos e emoções da náusea vazia
De cânticos cancioneiros da magia misteriosa
Do perpétuo evangelizado e biblicizado
De nonsenses e vulgos do in-finito.



Lá no alto da colina passam ventos,
Caem orvalhos,
Sarapalham neblinas,
O catavento dos im-pretéritos gira
Às in-versas da verdade,
Em cujas bordas os solstícios do crepúsculo
Pre-figuram e con-figuram
De efígies o sacrário das ilusões
Da redenção e ressurreição.



Assim conseguirei admirar cada um dessas matérias, especuláveis em mim e acarretá-las, orientá-las, sustê-las, enlaçá -las, querê-las, independente da iludida valia que lhes faculto comparativamente à dita que sou, aqui e hoje.
A execução será enriquecida de porte, naturalidade, autenticidade, encargo…
Cada impedimento, estorvo no trilho, um rebo precioso que se cinzela…
O nada que nos transporta a angústia. Pois, o nada é a completa contestação da totalidade do ente. O nada se patenteia na angústia, mas não enquanto ente. O nada nos fiscaliza simultaneamente com a evasão do ente em sua plenitude. Na angústia se patenteia um recuar, esse recuar arrecada seu ímpeto inicial do nada. A nadificação não é nem uma aniquilação do ente, nem se ocasiona de uma desmentida. O inerente nada nadifica. É a prática do nada, não mental, mas emotiva, que concebe o sentimento de angústia - anuência da inerente finitude.
A anuência da inerente finitude é relevante para todos nós.
A vida se fosse perfeita era uma apatia total….e a perfeição é pura ilusão…ela não existe.
Apenas existe para quem não sabe o que é a vida.
Não pretendo lume para atear o cigarro: tenciono o cigarro no recanto da boca extinto.


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