“AMANHÃ SOU EU NO SER-DE MIM HOJE" - Manoel Ferreira


Ideia de eternidade,
Vivida no Hoje.
Con-templada no Hoje.
Viver o "hoje" é eternizar-se.




Todos os Amanhãs são o Hoje
Que se sente, que se vive...
Que se utopiza, que se sonha,
Que se pro-jeta, que se lança...
Tudo é a-temporal,
No afluir-a-ser a-temporal,
No vir-a-ser a-temporal:
“Contemplando as cintilâncias estrelares...”




O Amanhã
É o estado d´alma do Hoje, do agora...




O futuro nele existe nos instantes do Hoje;
Traz o Amanhã para a alma enternecida,
Traz o Amanhã para a sensibilidade
Carente do Outro,
Dialogando com o Silêncio,
Discorrendo sobre o Silêncio
Que vagueia no Tempo:
O Tempo é Silêncio que permeia o Ser.




A alma em mergulho metafísico,
A-colhendo e re-colhendo seus silêncios no infinito,
No uni-verso, no horizonte, atrás das constelações,
Construindo imagens e depurando sentimentos, emoções
Delineando desejâncias, burilando sorrelfas,
Trabalhando quimeras e fantasias,
Num indo e vindo na criação da obra literária,
Num vice-versa do sonho da poesia,
Num vis-à-vis da esperança do ser-poético,
Do eu-poético.




Absoluto estado de contemplação
Das paisagens silvestres...
Essa contemplação transcende as águas límpidas do rio,
Transcende a luz,
Remetendo o eu poético a um estado divino,
A um estado de êxtase trans-cendente
A partir dessa possibilidade
De co-existência entre o Ser e o Belo.




Num átimo de instante a revelação:
O Ser e o Belo são um só e existem
Desde o aquém ao além,
Desde a eternidade à eternidade...
O silêncio mora na eternidade das paisagens -
justamente aqui nasce a imensurável
Contribuição da Pintura ao uni-verso literário, poético -;
As imagens, paisagens inspiram para o Além do Arco-Iris.




Entre contemplação e silêncio,
O Ser e o Belo dialogam sobre suas existências:
O Belo existe para enternecer o Ser que,
Por sua vez,
Admirando-o, transforma-se Nele (Belo).




Tudo, no agora, está, divinamente,
Maravilhoso,
Porque estão maravilhados!
“Do silêncio aos linces da visão trans-lúdica,
Trans-lud-ente da etern-idade no verbo das in-fin-iríases...”




A construção vai evoluindo
Porque a alma sobe aos Céus,
Contemplando o Cosmos, num Silêncio divinizado.
Puro Êxtase!
Puro Clímax!
Puro Gozo!




O lirismo transpira no agora,
Tal como o faria no Amanhã...
Tudo é o presente em movimento,
Gerundiando os Amanhãs à Eternidade do Hoje:
“Amanhã sou eu no ser-de mim hoje”




Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 17 de novembro de 2016)


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