**PERGAMINHOS PERDIDOS NO TEMPO** - Título: Graça Fontis/Poema: Manoel Ferreira Neto


Pergaminho
De letras góticas, vernáculo simbólico
Solsticiando no inter-dito do verbo e do tempo
Os eclipses da lua que fulguram as iríasis
Da prosa em devaneios à forja
Das miríades de luzes diáfanas
Que numinam na alma as utopias
Eruditas e clássicas
Per-fazendo sendas e veredas,
Volando as cintilâncias numinosas
Que pervagam livres e solícitas
Os caminhos do vale às colinas distantes
Banhadas pelas águas do oceano,
Sob a mística visão do eterno
Seduzindo as paisagens do horizonte
A versiarem as lâminas de espectros
Sarapalhados ao longo dos verbos do in-finito,
Bolinando o panorama do deserto
A templar de horizontes e confins
O longínquo do éden, o silêncio gethsemânico
Das esperanças, sonhos,
Das fantasias, ilusões...



Pergaminho
De letras ipsis de éritos inolvidavéis,
De fonemas litteris de érisis
Que prescreverão na soleira da eternidade,
Das etern-itudes,
A linguagem e o estilo pleno de metáforas e sin-estesias
A estética e o belo uni-versal
A esplenderem, sarapalharem
Nas dimensões sensíveis, trans-cendentais
O eidos, cerne, núcleo
Do tempo
A verbalizar os vestígios do Ser
Perdido nas dialécticas do efêmero e eterno,
Nos sonetos metrificados de silêncios e sons in-auditos,
Nas metafísicas da solidão e do desejo da plen-itude,
Nas filosofias da sabedoria e do conhecimento...



Pergaminho
De letras a semantizarem
De inter-ditos, mistérios, enigmas, segredos
As místicas visões do além,
As lendárias sensações da etern-idade
Os legendários sibilos do vento que templa o tempo
De luzes e sombras...



(*RIO DE JANEIRO*, 15 de novembro de 2016)


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