*LUZES DE NÉON* - Manoel Ferreira


Tenho con-templado no uni-verso
Luzes de néon cintilando livres na imensidão
Sinto os sentimentos perpassando-me
O íntimo dos verbos que regenciam utopias
Das metáforas plenas de volos de sin-estesias
Das sin-estesias eivadas de desejos do uni-versal
Sinto as emoções poetizando
O "eu" das contingências das buscas do sublime
Do sublime perspectivando o in-fin-itivo in-finito
Volando as paisagens do eterno, das etern-idades,
As imagens do pleno, das plen-itudes
Emolduradas no retrato do tempo e dos ventos.



Tenho ouvido os pingos de chuva tocarem
As folhas das árvores, as pétalas das rosas,
Os galhos da samambaia,
E ouvido sons diferentes,
Sin-cronia, harmonia, sin-tonia
De ritmos, melodias, acordes
Que pre-nunciam a música do sublime
Inter-dita no eidos do tempo,
In-audita no núcleo do ser,
Bailado em silêncio, inspirado e iluminado
Nos ideais da beleza do belo
Que habitam os interstícios do espírito da vida.



Tenho perscrutado os terrenos baldios da alma
Onde miríades das mais diáfanas luzes
Esplendem cintilâncias que iluminam
Os recônditos místicos e míticos do além,
Em cujos âmagos habitam a metafísica do silêncio,
Em cujos abismos residem a pedra de toque
Da trans-cendência do In-finito à Poética do Espaço,
Da Esperança da Pureza dos desejos da peren-itude
Dos ideais,
Das idéias,
Dos pensamentos,
Das percepções,
Das intuições,
Das imaginações férteis,
Das sensações
E sinto pres-ent-ificando-se em mim
Luzes de mistérios, enigmas, segredos
Que se movimentam livres e soltas
Deixando no tempo o arzinho gostoso
De "Imagine-as sendo as sendas
Para a colina dos prazeres que a felicidade ocasiona."



Tenho, na lenga-lenga da rede,
Movimentos lentos, suaves,
Por vezes sob os raios de sol tocando o ladrilho do alpendre,
Por vezes sob a delícia do ventinho frio e gostoso,
Por vezes sob a maresia do mar,
Sobrevoado por toda a extensão da terra,
Sonhando e idealizando a sintese da natureza e do mundo,
E na imaginação fértil uma águia ao meu lado,
Voando comigo,
E no longínquo do uni-verso,
Condores e gaivotas esperam-nos para seguir a viagem
Eterna, perene, perpétua
Por toda a etern-idade, etern-itude...



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 13 de novembro de 2016)


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