**MIRÍADES ESPECTRAIS DA ILUMINAÇÃO*. - Manoel Ferreira



O amanhã é mágico, incide suas luzes no presente, no aqui-e-agora, é o múltiplo que preenche todos os espaços, todos os vazios, alimenta com todas as seivas de sonhos dentro de outros sonhos, sem o amor nenhum sonho se realiza, nenhum verbo verbaliza o que é In-finito, nenhuma esperança se plen-ifica de outros desejos, vontades, nenhuma fé diviniza os mistérios e enigmas, tornando-lhes pedras de toque, pedras angulares do afluir-a-ser.
Houvesse amanhã sido!...




In-fin-érisis de estesias, estesias aguilhoadas a dores e sofrimentos
Das con-tingências do eterno e efêmero, plen-itivadas de sonhos
Poéticos do que transcende
As verdades efêmeras a res-ponderem de modo, estilo
O aqui-e-agora mergulhado nas facticidades e ipseidades
Do nada, vazio,
Nada pro-jectam aos in-fin-itivos do tempo e dos ventos,
Nada re-velam da alma, nos seus interstícios e recônditos
Dos desejos de suprassumir melancolias, nostalgias, tristezas,
Atingirem o sonho, esperança
Da verdade que segue os verbos das dialécticas e contradicções
Da ec-sistência povoada e habitada
De volos do sublime, vernáculo do ser,
Manque d´être
Mauvaise-foi
Forclusions.




Efem-érisis, em cujos recônditos da sensibilidade,
Sign-ificando o en-velamento do "eu poético",
Obscurecimento e cegueira das dimensões
Futurais da beleza do belo
Que reside na busca plenamente ec-sistencial
Da espiritualidade, espírito da vida,
Alma do ser verbo dos sentimentos e emoções,
Re-velando ipanemas e leblons das miríades espectrais
Da iluminação
Que incidem sublimes na solidão
Des-abrochando-lhe as pétalas das utopias do silêncio
Silêncio do eterno, silêncio do inaudito.




Efem-érisis louvadas,
Efem-érisis consagradas,
Efem-érisis jubiladas:
O passado é cerne do efêmero,
Re-vela que a condição humana
Subsiste de imperfeições,
E elas são pedras angulares e de toque
Para a perfeição do imperfeito,
São experiências, vivências
Que asseguram a jornada ec-sistencial.




In-fin-iríasis
De in-fin-itivos verbos do ser e do tempo
Que,
Na metafísica dos sonhos, do onírico,
Regenciam metáforas e sin-estesias
Uni-versais, clássicas, eruditas,
Intencionando a Katharsis,
Viagem lúdica aos confins e arribas
Aos ideais eternos do divino,
Divin-itudes,
Divin-idades
Do "eu poético" que habitam o âmago
Da in-consci-ência estética,
E só é re-fletida na memória que movimenta,
Move o espírito da vida, move a sensibilidade,
Move as dimensões sensíveis
Das dialécticas dos diálogos com as verdades
E in-verdades do eterno.




In-fin-iríasis que concebem o silêncio
Na sua eidética de princípios e genesis
Da re-velação do Ser,
Silêncio que cria,
Re-cria,
Inventa,
Re-inventa
Sendas e veredas para o absoluto,
Absoluto aberto a novas e outras dimensões
Históricas e filosóficas.




Dando asas ao espírito,
traço uma estrada clara,
e sem desvios,
sem aclives, declives,
semeio de flores silvestres
as sendas que a-nunciam caminhos
que levam aos confins infinitos do ser
entrego-me como a flor à abelha
e a abelha à flor,
como o espaço-rio re-colhe as águas
e as águas a-colhem o espaço-rio,
as veredas que revelam passagens,
travessias de arribas aos confins
de horizontes finitos do sempre,
de universos in-finitos do jamais.




Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 18 de novembro de 2016)


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