*SE... ALMA DA VIDA* - Manoel Ferreira


Se no horizonte
Brilha o sonho dos desejos,
Êxtase da carne, volúpia do gozo,
No verbo do prazer
O corpo dança o fado do Ser
Amor,
Carinho,
Entrega,
Ternura...



Se no uni-verso
Cintila a luz das esperanças,
Querência do absoluto, clímax do divino,
No verbo lúdico dos sentidos
Sentimentos do eterno espírito do amor
Esplendem de carícias, toques
A sensibilidade da alma -
Carente de finitos e in-fin-itudes -
Alegria,
Felicidade,
Amor de sonhos do Verbo...



Se no alvorecer
As pétalas de rosas des-abrocham
O porvir da beleza, do belo
Estendidos nas sendas silvestres
Do pleno à luz das utopias eternas
Da verdade absoluta,
O perfume exalado ao deus-dará
Dos alhures do tempo apocalíptico
Na roda-viva do Ser,
No catavento da Con-tingência,
No redemoinho da Metafísica
Transcendente das Travessias imortais,
Iluminam de luzes fosforescentes
Os interstícios do abismo...



Se à luz das estrelas e luas
Na noite de buscas de re-nascimento,
Re-fazenda de idílios, sorrelfas,
A alma mergulha profundo nos interstícios
Do além,
Desejando a essência do espírito,
A luz que se esvaece no crepúsculo,
Estende seus raios,
Ainda que entre-brilhos de versos inconscientes,
Ao portal da eternidade,
Soleira da travessia,
Ângulo do zero obtuso,
Por onde con-templar
As ad-jacências do solene, sublime
Desejo da perpetuidade,
À mercê da posteridade
Que nasce das cinzas da morte e da vida
Na perspectiva primeva, secular, milenar
Da gêneses
Do Caos, Cosmos, Chronos...



Se, tempo incondicional do só fantasias,
O pleno, absoluto, verdade
Advem dos sonhos, esperanças, fé,
As con-tingências elevadas ao vir-a-ser
Das liturgias e cânticos do além-eterno,
Trans-elevado ao índice divino da gênese,
Trazem no bojo e algibeiras
O eidos da essência
- Verbo do Espírito,
Alma da Vida...



Manoel Ferreira Neto.
(31 de janeiro de 2016)


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