**PAULICÉIA DE ÁGUIAS** - Manoel Ferreira


Não ser esta sua canção; ritmo e melodia pres-ent-ificando o que fora verdade, o que fora utopias de outros uni-versais de querenças e travessias, de outras uni-versalidades do eterno e in-finito, executados nos éritos do tempo, velha radiola. 
Esta canção de hoje, aqui e agora são performances de um baile, baile de um tempo que res-plandeceu de buscas e glórias, a roda-viva da in-fin-itude continua girando, o sonho alça outros vôos. Neblina, chuvinha miúda, garoa perpassando instantes e momentos, os raios do sol a-nunciando numinarem outros versos uni-versais, outras uni-versalidades poéticas, cintilâncias das estrelas re-velando incidirem outros brilhos de esperanças da arte imitando a vida, da vida imitando e re-presentando a arte. Sonhos dentro de outros sonhos, dentro de outros de uni-versalidades que componham a lírica poética do amanhã nas asas do vir-a-ser, paulicéia de águias sobrevoando florestas, abismos, mares à busca da plen-itude, sentimentos e emoções que se re-criam, re-fazem, re-nascem, espírito e alma que se concebem noutras miríades de luzes a res-plandecerem nas ribaltas do perpétuo. 
Noite de neblina, de luzes, de capote longo, chapéu preto, sob o pulsar desvairado do coração deste uni-verso e horizonte sem limites, sem fronteiras, passos lentos, vou seguindo a calçada gauche da Avenida Paulista, transeuntes ombreiam-me, carros passam, o poeta solitário declama e recita seu poema ao léu das intempéries do quotidiano, o artista das artes cênicas performa sua dramaturgia de idílios, quimeras, fantasias, amanhã o Teatral Municipal resplandecerá de luzes, o piano executando a música de outras genesis do uni-versal, saindo das salas de projeção, inda presentes na alma, no espírito, cenas de outras realidades, conversas baixas, falas de outros tempos, sorrelfas de outras utopias, neblina e luzes da arte do uni-versal compondo de ritmos e melodias o novo alvorecer. Neblina embelezando, neblina concebendo outros passos adiante, neblina inspirando o porvir de outras paulicéias, ideais da arte, ideais da paz, ideais do amor, ideais cosmopolitanos do pleno, do ab-suto, da verdade que outra não é senão a transcendência de valores, a busca sem limites, sem fronteiras do além. 
A calçada gauche da Avenida Paulista plenifica-se inteira de horizontes, magia, esplendor, resplendor, universal-idades e uni-versais.Sigo em passos lentos, solitário.


Manoel Ferreira Neto.
(25 de janeiro de 2016)

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