*ONTEM IDÍLIOS DE VERBOS - ODE A BOB DYLAN* - Manoel Ferreira


Ontem
No horizonte a-nunciam-se sonhos
De liberdade nas asas da águia
Que voa serena ao longo do espaço,
Pássaros trinam seus louvores à vida,
Os raios de sol iluminam a manhã,
Novas utopias do amor, êxtase do eterno
Esperanças eivam de sentimentos os desejos de alegria,
Fecundam de emoções o olhar que pervaga pelo uni-verso
Re-colhendo e a-colhendo o húmus de outras jornadas
Pelas alamedas do amanhã que ainda é apenas uma utopia,
Promessa do tempo que cobre de brilhos e cintilâncias os mistérios,
Alimentam de sonhos as veredas da alma, sedenta de verbos
Outros que iluminem, numinem o que há-de vir, o porvir
Concebem de fantasias do divino e absoluto o alvorecer
De ilusões, quimeras do perene e imortal.



Ontem
O cor-ação esplende de sentimentos de amor
Trans-elevando as sorrelfas da verdade
Aos auspícios da montanha da etern-itude,
De onde se con-templa a imagem pura das estrelas
Que perfilam pelos becos calçados de pedras,
O bêbado tergi-versado de passos cambaleantes,
Vociferando insultos à vida que acontecem às margens de si,
Trans-cendendo os idílios do espírito
Às margens simples das águas do rio que passam solenes
Para acontecer no longínquo a presença incólume
Da travessia do remoto aos outroras de novo mundo
Cataratas de estesia alvorecendo a neblina de resquícios
De pingos molhando de líquidos verbos as sensações de peren-itudes...



Ontem
De êxtases, volúpias eternecendo de luzes
O palco de "blues", ritmo e melodia de melancolia, nostalgia,
Musicalidade de saudade e desejos de liberdade,
A guitarra sussurrando
"Quantos caminhos deve o homem trilhar
Antes que seja considerado homem",
Vozes e aplausos altissonantes
Perpassando os tempos de alhures,
LIBERDADE...



Manoel Ferreira Neto.
(31 de janeiro de 2016)


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