*ESTESIA DO SER E TEMPLO-VERBO-INFINITO* - Manoel Ferreira


Raízes de fogo, entrelaçadas nas achas da lareira, de cujas chamas advirá o calor a perpassar-me o corpo, sensibilizar-me a alma para novos sentimentos e emoções, tocando-me o ser, nascendo em mim inspiração para sobrevôos pelas florestas, mares, abismos.
Raízes de versos in-versos de re-versas intuições do belo e da beleza, entremeadas de desejos do sublime soneto, cuja chave de ouro tece as linhas dos horizontes de além, a-nunciam o crepúsculo da tarde eivado de luzes do vir-a-ser da noite iluminada de estrelas e lua.
Raízes de dialéticas do ser e não-ser, entrecortadas de contingências de sonhos e verbos do amor, projetando em mim luzes do eterno, alvorecido e crepusculado de re-velações da verdade, trans-elevam-me as antípodas do uni-verso onde querubins performam a dança da sedução e entrega, trans-cendem-me ao longo do oceano onde sereias dedilham a harpa do tempo e do ser, cantam a canção de etern-itudes das esperanças do sublime espírito de amar.
Raízes de nonadas e travessias, inter-ditas de ideais do perfeito e do divino, entre-transliteralizadas de fantasias, utopias dos campos versejados e versificados de flores a exalarem o perfume inebriante do perene, compõem-me na alma o prelúdio da ópera do silêncio a embriagar-me de êxtase e volúpias.
Raízes de ritmos e melodias da música do tempo, em sendo-em-sendo de encontros e des-encontros, amores e des-amores, elevam-me o espírito, sensibilizado de razão/vida, ao cume dos paraísos celestiais onde garbosamente deambulo, perambulo, vislumbrando suas belezas e esplendores, con-templando as águas do rio dos sentidos plenos, cantarolando o "lá-lá-rá-la" da felicidade e da paz.
Raízes de palavras, tematizadas da linguística do sono seduzindo o sonho a anunciar a memória das genesis da vida, da metáfora dos verbos assediando temas e temáticas a indicarem o presente e o subjuntivo do além de todos os horizontes e uni-versos.
Raízes do inverno, inspirando a alma a recitar o silêncio do frio a contemplar as flores a desabrocharem na primavera, exalarem o perfume do sentimentos da beleza e do belo, estesia do Ser e Templo-Verbo-Infinito.



Manoel Ferreira Neto.
(30 de janeiro de 2016)


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