*RITMO E MELODIA DO IN-AUDITO** - Manoel Ferreira


Tecer a arte com as dúvidas, incertezas, inseguranças que residem na alma liberta a inspiraçao, dá-lhe asas para alçar voos distantes, o coração pulsa, sentimentos pode vivenciar. Tecer a arte com a depressão que nalgum instante se apresenta, pres-ent-ifica re-vela mergulhos profundos à busca de esperanças perdidas, sonhos olvidados. Tecer a arte com as dores e sofrimentos do efêmero, do nada, do vazio recria o Infinito, re-inventa o além.
Teci no uni-verso vazio de mim, nó górdio no peito, algumas esperanças, sonhos, mesmo que naqueles momentos fossem fugas, sublimações. Ao longo dos aquis-e-agoras o desejo presente de nada ser, de não ec-sistir. Tecer a arte com sentimentos da verdade do que me perpassava, deslizar no tempo... Dia de tecer a arte com os sentimentos de não.
E agora, neste instante, tecidas tantas artes, trans-cendido con-tingências, silêncio pleno de vozes, de sons, ritmo e melodia do in-audito. solidão.
Arte e Vida... Vida e Arte... O In-finito res-plende de luzes. O uni-verso se estende pelas sendas do além, os horizontes ampliam-se...
Na alma não há nenhuma renúncia; mas, porém, há um Eu que deseja tudo e que gostaria, através de mil indivíduos, ver com os seus olhos... Um eu que liberta a totalidade do vir-a-ser e não quer dar dar nada, seja do que for, que lhe contingencie o passado, o presente.
Artes tecidas, suspiro vivido, vivenciado...



Manoel Ferreira Neto.
(26 de janeiro de 2016)


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