ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA POETIZA O AFORISMO 856 /**SINFONIA: SENTINELA DE VERBOS**/
O DESEJO É A ORIGEM DA PALAVRA
Manoel Ferreira Neto
Amigo Manoel esta é a minha percepção do seu aforismo. Bem ou mal não
sei.....
Alma de eloquências em periodicidades, melopeias
Físico de bailado, desempenhos de sinais
Réplicas, triviais misturas de sensações…..
O ser…a ser…nas suas melodias, físico que baila à mercê das melopeias
dos verbos que nos vigiam …..
Não é o físico ou o intelecto
Já insensível na rotineira náufraga da existência
Que agasalha a repugnância ou a displicência
Intrínseca das datas que vão-se
Mas é o espírito desgraçado
Que se vela no íntimo
Suspeitando a alienação à espia
Em peleja durável
No débil fio das claridades e das escuridões
Que se solta sem desígnio,
Sem orientação, sem fundamento.
É a indigência do futuro.
É a penúria da penúria
Que causa o ensaiar,
Sem vivido,
Sem haver desfrutado
E sem possuir
Mais vereda
Que aguilhoa o ser
A existência…
E a persistir sendo,
Mesmo não divisando
Que o propósito de tudo
É meramente o nentes
Na metade das aposiopeses
Dos factos, das razões,
Da existência e do sol-e-dó,
Que apenas vive em virtude
Às análogas aposiopeses existentes,
Dispondo no todo,
O talento dissimulado,
Que ao abalarmos
Perdurará silente.
Continuará inumano.
Sendo escassamente
A mesma porção inexistente
Da existência assistente
Que o porvir transportar
Metamorfoseada, além superior, sobrepujada
Anseios do em compreendido
De placidezes dispersas e descerradas
Às imponências da agitação nos morros
Harmonia, vigia de eloquências...
Ana Júlia Machado
(12 DE JUNHO DE 2017)
#AFORISMO 856/
O DESEJO É ORIGEM DA VERDADE#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
I - VIOLINO
Sentinelas
Espírito de verbos em ritmos, melodias. Corpo de baile, performances de
gestos. Aliterações, prosaicas sin-estesias. Mãos vazias, nasce uma
poética-pensante. Homens diferentes só são encontrados no xeque-mate, onde é a
sua igualdade.
Arranjos líricos con-figurando pers-pectivas de estética uni-versal,
re-versando de imagens místicas águas coloridas de arco-íris, neblinas regando
de níveas solidões longínquas sarapalhas do in-fin-itivo efemerizando
in-fin-itudes finitas do tempo divagando entre sibilos de vento, entre trinados
de pássaros, entre as três margens do rio da floresta esplendida aos raios de
sol, perpassando as frinchas de árvores frondosas, oliveiras, palmeiras,
pinheiros, flamboyants, in-versando, ad-versando, con-versando de luzes
mitológicas a areia banhada de ondas do oceano à mercê da lua cheia, às quiças
dos planetas a percorrerem longínquas docas, frente à efígie e a esfinge
re-fletidas na imagem do espelho.
II - HARPA
Gaivotas dormem o sono de sereias, sonham os deuses lusiádicos do mar,
re-festelando à soleira de ilhas perdidas, versejando in-lúdios, pre-lúdios,
fin-itudes in-finitas de aquéns, plen-itudes eruditas de alhures, emoldurando,
na face de espelho lendário, a essência do verso-uni ad-vers-ificado de
nostalgias sinuosas nas linhas de éritos, sonhos esquecidos, ilusões simuladas,
quimeras imaginadas, melancolias, saudades lusitanas, mister pagar pela
eternidade e morrer várias vezes, enquanto for livre, enquanto viver, Inês de
Castro desenhada de fluidos ad-vindos da profundidade do oceano, a serpente
paradisíaca no seu instante de preguiça, estremecendo as linguísticas
metafóricas dos sentidos do genesis envelados de ideologias temporais, na
consumação do espírito eterno, movimentará sua língua às cavalitas da rede no
vai-e-vem do ser-vagabundo-de-divin-idades-históricas-de-confins...
III - CÍTARA
Vontade de trans-mudar o belo das estesias, est-esias. Desejo de
trans-literalizar a beleza pururuca do in-audito, vers-ificando conúbios de
Ganache, ganache de éritos sonos do tempo enovelado nos planetas, ganache de
miríades de orvalho regando de gotículas as bordas de Júpiter, abismos em
precipícios de "Nada sou/À parte isso, tenho todos os sonhos do
mundo", por qualquer coisa de mim querer mais longe a-nunciações do porvir
ad-jacente ao ab-strato-sub-strato, stratus. Sensações pervagam livres abismos,
instintos deambulam excitados grutas, cavernas, ilhas desertas, bosques
sinistros, portos misteriosos; são suaves, ternos à soleira do encontro do mar
e as estrelas cintilantes... Assim, alço voos profundos à busca, no além,
abstrato-porvir, inaudito-ad-vir, re-festelar a alma sedenta de metafísicas do
vazio-silêncio preenchendo lacunas, solidão do nada performando forclusions.
O desejo é origem da verdade.
A verdade é fonte lúdica do absoluto.
O absoluto é princípio do pleno...
IV - FLAUTA
De in-fin-itudes do tempo e eterno, retina às visões ampliando olhares
do vir-a-ser pleno, princípio, origem, genesis, utopias vedas, veredas gran,
sendas, silvestres alamedas. A luz diáfana fosforescente numinando de miríades
de raios solares, iluminando de oásis desérticos o ser olvidando imagens de
efígies pretéritas efêmeras, à mercê de tempos in-esquec-íveis, à
uni-versal-itude do vazio-nada, ad-jacência à ternidade trans-figurada, trans-elevada,
trans-cendida, desejos do "ent" em "ids", de seren-itudes
espalhadas e abertas às solen-idades do vento na colina.
Sinfonia: sentinela de verbos defectivos e sem sentido...
Manoel Ferreira Neto
(12 DE JUNHO DE 2017)
(#RIODEJANEIRO#, 13 DE JUNHO DE 2018)
Comentários
Postar um comentário