#AFORISMO 916/ LABIRINTOS NÍTIDOS E NULOS DE DESEJOS# (Manoel Ferreira Neto - 29 de junho de 2018) - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto AFORISMO



Efemeriza-se a sombra tênue dos sentimentos efusivos da imensidão de viver, deixando-me perplexo e contente com as forças resolutas da completude. Evola-se o ensimesmamento frágil do sentimento de inferioridade frente às conquistas do mundo, revelando-me um sujeito perspicaz e atento às intenções prioritárias. Esvaece-se o clima denso de angústias instituídas no seio de um medo contundente de a vida haver sido perdida nos instantes absolutos da ociosidade.


Esvaiu-se de mim a similitude das formas de abstração, buscando o instante pleno do espírito, o momento perene da alma. Habita-me a solidão implícita da esperança de uma universal formação da consciência, tornando-me os caminhos um simples modo de ir construindo os desejos de empreendimentos e lutas. A ternura excêntrica de desejos sensíveis e frágeis reside-me o peito efusivo de uma linguagem voltada para a realização de carências e a instituição da intersubjetividade.


A meiguice diferente de conteúdos inocentes e ingênuos da alegria de ser sujeito, estilos simples e resistentes do contentamento de revelar o "sou" de mim, vem morar no íntimo, indicando-me as veredas da forma de constituição de viver. Institui-se o som nítido dos ventos suaves e frescos da felicidade de o homem inscrever a si no epitáfio dos desejos realizados.


A frescura da manhã solene de meu corpo tranqüilo nas arestas de suas sensações de gozo, mas uma inquietude solene no seio da carne. As ondas tênues de carinho e solitude por todos os estilos de amar e inteirar-me das formas de mergulhar-me no sangue efusivo da contingência humana. Simples ardências carnais nos desejos viris mergulham as satisfações plenas num mar de fluídas emoções de amar.


Primeiros ardores da paz submergem-me num oceano frio e úmido de emanações paradoxas da felicidade. Os amores da fisionomia a resplandecerem suaves os contornos de características sempre susceptíveis de uma excêntrica metamorfose em busca do real.


Substituo as dúvidas latentes da emancipação, trilha emotiva das carícias de vontades eternas, pelos efusivos processos emancipados da latência do amor. Recupero as evidências do espírito em transbordar-me frágil e consciente no finito das emoções sentidas. Mostro a nitidez do olhar, perspicácia indubitável da formação sensível do real, identificando a profusão de eternas ternuras.


Fósseis susceptibilidades conceituais do corpo a ejacularem sentidos e significados d´alma - sou uma postulação das sensações. Veias de amores sentidos no real das reformas, abrindo o sangue quente e imanente dos "sonhos de Verbo Inteirar". Contingências testamentárias dos sentimentos insólitos surgem efêmeras da consciência, e sou manifestação ardorosa de insolências fundas. Tristes horizontes resplandecem imortais nas linhas sensíveis das posturas conscientes da elaboração emocional. Arregalam-me os olhos o universo nítido do substantivo amor nas tábuas translúcidas da percepção e intuição. Flácidos olhares perscrutam os insolentes infernos da angústia, perpassando os liames loucos das inquietudes, adelgaçando as vertentes insanas das perquirições, em perene busca do íntimo ingênuo da felicidade. Infernais concepções do belo e nítido estilo da esperança indagam-me as definições percucientes das postulações de consciência e ação nos interstícios de viver o "Amar".


Nítido inferno resvala-me o íntimo, perpassando os recônditos sítios da intranqüilidade, trazendo-me a consciência de uma eterna necessidade de compreensão e diálogo das emoções vividas em confronto com as reveladas na fisionomia e olhar. Insolências frágeis e flácidas de uma indagação abstrata e real do sentido humano nas revelações de júbilo e prazer de enfrentar o mundo. Profundezas de mim, emergidas nas revelações fisionômicas e oculares, dizem-me a paradoxalidade perqüiridora dos sentimentos.


Superfícies imersas nas elaborações do espírito, imergindo nos subterrâneos da ternura e insolência, dialogam lúcidas com as inscrições conscientes de um viver eterno. Sonos fáceis nas bordas do nada refestelam-se confortáveis, mergulhando nos interstícios absolutos da vigília. Loucuras indolentes escondem as lágrimas puras, os sorrisos inocentes, e instituem a seriedade no rosto do tempo inócuo e iníquo.
(#RIODEJANEIRO#, 29 DE JUNHO DE 2018)


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