#AFORISMO 918/ ESPELHO RETROS-PECTIVO DO AMANHÃ# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto



Reversos in-versos re-vestidos de imagens dúbias plen-ificadas de pers-pectivas a trans-cenderem o efêmero e o eterno, vazio incidindo no espelho retros-pectivo do pretérito, intros-pectivo do amanhã, o vir-a-ser.


Sei lá não sei. Quiçá de imagens re-versas aos in-versos dúbios, revestindo pers-pectivas nadificadas do efêmero e do eterno, o vazio trans-elevasse o pretérito incidindo no espelho a intro-specção do vir-a-ser, o verbo nada-do-ser a-nunciasse o ab-soluto da esperança, o divino da fé. Conjuntura da vacuidade perpassando a alma o seu eidos, sarapalhando sentimentos e emoções, todas as dimensões sensíveis ao léu dos ventos,à mercê dispersa do genesis e apocalipse.


Reler as críticas recebidas no passado é uma senda para as lembranças dos momentos e da escritura, sentir a presença do vivido e projectada, saber com percuciência os sonhos se tornaram verdadeiros.Cnito, a falta do ser se mostra nítida e o sonho da compl-etude se mostra aberto às dialécticas do tempo e do ser, o cajado e as ovelhas da ec-sistência. Não poderia naquele tempo tecer que imagem seria refletida neste espelho,
ainda mais retrospectiva, e, contudo, sinto-me como quem fez o dever de casa direitinho.


Mais difícil atingir a intenção verdade que habita o ab-soluto na sua iríada eidética do sublime e estético, o que é nadifica o ser, o que não é efemeriza o tempo. Ventos assobiam no abismo, na inaudita avalanche de neve percorrem os declives dos morros uivantes. Presença incólume, insofismável de recursos e estratégias outras para o mergulho nos interstícios do absurdo que reside na alma.


Os prazeres do questionamento são ilimitados, o olhar de tudo o que trans-cende incidido na contingência do instante retina o há-de-vir na borda das luzes que iluminam os passos nas trevas enigmáticas até as travessias dos inauditos às verdades do silêncio que identifica o ser-solidão, o ser-so, o resto é andar no meio, por entre os homens. O nós do ser: verdade e busca do amor...


Ah, coração! Recomece a sentir os raios numinosos dos desejos no alvorecer das manhãs de inverno, o frio sempre aquece sentimentos e emoções, a força do amor liberta o verão de suas seguranças, tem poder de mover as montanhas - quê friozinho gostoso, a vida aquecida sem a presença da lareira. Solidão, silêncio são inspirações, são motivos para escrever os versos e estrofes do sublime. Pulse o orvalho do inverno no seu íntimo, sinta o calor de entregar-se ao frio das contingências, passeando nas alamedas de buscas, vontades.


Letras in-versas, palavras re-versas são pedras de toque para mergulhos profundos nos interstícios das verdades inauditas, mesmo que dores inomináveis se presentifiquem, mas o arco-íris da vida se mostra´ra pleno, suas cores brilharão cintilantes.
Trilhei, coração, sendas e veredas, estradas, nada me é agora das vivências, e este frio habitando-me os recônditos da alma aquece o que há-de vir, as esperanças que trouxe desde a eternidade em mim só agora sinto que é tempo de realizá-las com perfeição, apesar das imperfeições.


Se me questiona enfim estou amando, sou-me amor no verbo de mim, agora vejo com transparência o horizonte além dos uni-versos, só posso res-ponder-lhe que sim, o meu coração feito de sublimes inspirações está aberto àquela eternidade das páginas brancas: "Vivi o para quê fui vocacionado".


Mas amar apenas não significa coisa alma, nada diz, se não contemplar o in-fin-itivo in-finito da entrega plena à busca da verdade do espírito, o eterno de ser.


Ser e amor, almas gêmeas, um feito para o outro. Trilhei caminhos, fui revoltado, fui rebelde, fui carente, levantei a bandeira dos orgulhos, vaidades, poder, um calor sem precedentes, o ontem de amanhã não pode ser os pretéritos do porvir, hoje o frio, o friozinho delicioso de um amor que aquece o ser de meus verbos.


Estou indo embora. Indo embora de mãos entrelaçadas com você, coração, sem versos, sem estrofes, sem palavras e prosas, com a mala de nossas esperanças todas na felicidade plena. Uno-verso de nós. Verso-Uno de nós.
Manoel Ferreira Neto
(29 DE JUNHO DE 2016)


(#RIODEJANEIRO#, 29 DE JUNHO DE 2018)


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