SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 903 /**ENTRE O ONÍRICO E A VIGÍLIA, O VERBO EIDÉTICO DO TEMPO**/ - PROJETO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#





Belíssimas letras Manoel Ferreira Neto, uma sincronia perfeita entre você e o som de cada verso.Sua constatação de que tudo gira em torno dos universos, mas tudo passa, e passa mesmo. Girar-giras, cata-ventos, e os sorrisos também passam, a lágrima, as estrelas.... Perfeita sua poesia juntamente com o trabalho da artista Graça Fontis...Tudo perfeito... Bjos Manuel.


Sonia Gonçalves


interessantíssimo o seu comentário no que diz respeito a "GIRAR-GIRAS", é isto mesmo o que intencionei re-velar, é girar as giras, "giras", contra-tempos, dialécticas, contradições, as três dimensões da con-tingência. Girar os cata-ventos, as utopias, sonhos, esperanças "... e os sorrisos também passam, a lágrima, as estrelas, a busca é eterna.
Os meus sinceros cumprimentos e congratulações por este "comentário" de excelência.
Manoel Ferreira Neto
Beijos nossos, Soninha Son.
(26 DE JUNHO DE 2017)


Dizia-me o mestre Marco Antônio Santos Leite, Professor de Teoria do Conhecimento, Mestre em Gaston Bachelard, sobre deixar uma obra mofando na gaveta por algum tempo, depois relê-la, quiçá haja coisas a trabalhar, a produção de uma obra tem o seu tempo até estar pronta.
Ano passado, 26 de junho de 2017, respondi-lhe ao seu comentário, naqueles termos, mas hoje relendo-o para republicá-lo no Projeto #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL", são nos contratempos, dialécticas e contradições são a "... sincronia perfeita entre mim e o som de cada verso, ao qual você, Sonia Gonçalves, se refere, mas também entre mim e o ritmo, a melodia, a voz do silêncio, girar as giras, utopias, sonhos, esperanças...". Não havia percebido este toque singelo no mov-imento para o qual acenava, o mov-imento dos sons. Assim, hoje, diante da releitura, com-preendo e entendo o que é isto "girar giras", a busca é eterna, e vejo mais claramente que estas três dimensões, contra-tempos, dialécticas, contradições são pedras angulares do mov-imento das idéias e da liberdade posta em questão. Por vezes, o comentarista, o ensaísta, o crítico pensa que está muito simples, comentário simples, mas a leitura do escritor, tendo noções da idéias e pensamentos presentes da obra, capta, re-colhe e a-colhe naquelas palavras pensadas serem simples nelas há a presença viva de dimensões profundas, é saber re-colhê-las e a-colhê-las, com elas verbalizar inda mais as giras a girar.
Abraços nossos,
Manoel Ferreira Neto
(26 DE JUNHO DE 2018)


#AFORISMO 903/


ENTRE O ONÍRICO E A VIGÍLIA, O VERBO EIDÉTICO DO TEMPO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Epígrafé:


Tine rara kata tera.
Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.


Se há em mim aquele prazer pelo mar e por tudo que ao mar se assemelha e mais o fogo ardente chameja a vela para mundos por descobrir, vozes ouvir e auscultar, ininteligência, a fonte das palavras, sons, ritmos, melodias ininteligíveis, mas eivados de sentidos e significados..., um prazer de navegante.


Abismos, montanhas, vales
Verdades, absolutos, sonhos
Utopias, desejos, esperanças,
Enigmas, mistérios, solidão.


Sete abismos perpetuados por sibilos que trans-elevam sons aos auspícios do infinito, ritmos e melodias às pro-fundezas da terra, onde lídimos artífices dos sons e palavras ouvem e são capazes de re-presentar-lhes.


Sete montanhas cobertas de neblina, de neve, de orvalho, de "securas" são objetos de con-templ-ação e reverência pela beleza que representam.


Sete vales em cujas veredas pastores con-duzem ovelhas, boiadeiros con-duzem o gado, simples, humildes, a vida é-lhes o verbo da sensibilidade, nas noites con-templam a lua e as estrelas, ouvindo no rádio baladas.


Sete verdades professam e declamam em cânticos e versos a plen-itude do in-fin-itivo.


Sete absolutos pre-enchem as vacuidades da alma que perscruta os idílios e quimeras da morte, símbolo de felicidade perene, signo de alegria divina.


Sete sonhos da beleza do belo, pura sin-cronia entre o onírico e a vigília, entre os éritos inconscientes e iríasis da sensibilidade, evangelizam forclusions, manque-d´êtres, mauvaises-foi, sacralizam solipsismos, vaidades, orgulhos.


Sete utopias do bem e do mal, em cujas eidéticas do tempo e vento habitam o venerar o verbo do ser, reverenciar o in-fin-itivo da etern-idade, ascendem as chamas das achas de lenha aos confins do vir-a-ser, acendem as velas dos volos da alma que aspira a trans-cendência do divino.


Desejos da humanidade do ser, sincronia do amor e do sonho in-transitivo do sentimento amar, sintonia da solidariedade e a cáritas da compaixão, harmonia do efêmero e absoluto.


Sete esperanças sobrevoam mares, florestas, re-colhendo e a-colhendo do tempo, em cujas eidéticas do ser habita a luz, a imortalidade in-fin-itiva da vida.


Enigmas.
Mistérios.
Solidão.


Tudo passa, tudo passa, tudo passa.... Luz do uni-verso perpassando a neblina do horizonte, cujas miríades do além estão re-fletidas no espelho das esperanças oníricas da verdade. Sons das contingências da não-correspondência entre as dialéticas que giram no catavento solitário da serra e as contradições do nada e vazio que rodavivam no dia a dia do quotidiano de dores e olhares voltados ao longínquo e distante à espera de alguma a-nunciação da verdade linguística e son-ética da poesia-vida da solidão.
Verbo-de ser
Ser-para o verbo.


Tine rara kata tera.
Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.


O riso não vem, por que rir às sara-palhas das ipseidades, facticidades, pequeno mistério entre o ser e as coisas? Outras chamas ardentes, não perceptíveis, e tão mais acalentadoras, tão mais aquecedoras estilísticamente conduziram sob meus traços satíricos.


Se de mim nada possuo salvo a alucinada travessia - vida são desejos alucinógenos, despirocados, desvairados.
Manoel Ferreira Neto
(25 DE JUNHO DE 2017)


(#RIODEJANEIRO#, 26 DE JUNHO DE 2018)


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