MANOEL FERREIRA NETO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO RESPONDE À ANÁLISE DE Ana Júlia Machado ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA SOBRE O AFORISMO 892 /**O ESPELHO REFLETE CERTO, NÃO ERRA PORQUE NÃO PENSA**/ - PROJECTO #INTERCÃMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#




#AFORISMO 921/


SILÊNCIO!... LEITO DE JAMAIS E OUTRORAS#
GRAÇA FONTES:
PINTURA
Manoel Ferreira Neto:
AFORISMO


"Só na intimidade as palavras se tornam verbos."


Sim.


Interessante observar que no leito de jamais e outroras jamais iniciei meditações, reflexões, críticas, apenas brincadeiras bem sucedidas com as amadas-amantes palavras, se me dada a licença de assim estar a dirigir-me a elas, desejando dizer que me dão alegria e júbilos, com uma afirmação tão categórica “sim”, dizendo estar de acordo com o que projetei de início, estar encetando outros caminhos, os de desenvolvimento de origens em nível de algum silêncio que me habita, denominando-lhe desde sempre de astúcias, mas em suas entranhas habita-lhes a inteligência e sabedoria divina que me ditam nas entrelinhas o leito de jamais e outroras que conquistarei ao longo de sedes e fomes milenares pó-eticamente a habitarem os desejos mais profundos de encontro com a Verdade, esta que se encontra nas origens do vernáculo bíblico e sagrado, a que mostra ao homem as suas atitudes e ações com o outro, com quem juntos deverei cumprir a missão de quem com palavras busca despertar nos homens o desejo de expressarem o que lhes vai no espírito e alma, sentindo as asas da águia que atravessa águas, florestas, abismos, serras, indo em direção ao horizonte em que se perderá nas nuvens e neblinas distantes, longínquas e tudo o que se conservará na memória e no espírito será o seu grito de felicidade e entrega ao afago de carinhos e carícias.


Sim.


Se me é dado crer as únicas esperanças que poeticamente habitam-me as experiências e utopias que me levam nas asas a aflorarem serenas as delícias que são reconhecer a liberdade depende da “terra da liberdade", saber o nada e o vazio são sêmens da "entrega à utopia da verdade", lembrando-me dos ensinamentos bíblicos de Moisés a quem fora entregue por Deus levar o seu povo à Terra Prometida.


Silêncio... Oh, homens, quem buscais a audiência eterna com Deus, não sobre as ações e atitudes, compaixões e solidariedades, deixai esta palavra criar raízes nos interstícios de vossas almas sedentas milenares e seculares da água límpida das fontes onde se encontra a Verdade do Senhor; deixai esta palavra “silêncio” fazer-se carne, ossos que nunca emagrecem, quem sabe devesse dizer imaginariamente de um verbo pronominal “ossos que nunca se emagrecem”, contrariando os cânones dos ossos, não da gramática, pois que se "me emagreço", "sou emagrecido", normas e regras que, mais das vezes, não deixam a palavra mesma sonhar com a Terra Prometida...


Deixai esta palavra fazer-se sangue de vosso sangue, na alegria de aos domingos dirigir-vos à Casa de Deus, deixar em mãos d´Ele vossas compaixões e solidariedades, por que não as volúpias do sonho de integração, de mergulho profundo nas águas, criando e re-criando o leito de jamais e outroras, quando o homem po-eticamente habitava(?) suas esperanças e utopias.
Na alegria de rezar, de contemplar os sonhos do verbo amar, de silenciar em Deus.


Sim.


No silêncio de um canto, ouvi o “recado” do Senhor. Se me sinto, Senhor, livre para ser a pessoa que sou, mais do que o “personagem incubido”... Livre para sorrir, cantar, abraçar. Livre para escrever e para modificar e completar e enriquecer o que pensei, o que pré-escrevi, o que achei. Recebi a missão de as letras levarem mensagens de sabedoria e inteligências, muitas vezes, vêm envolvidas no leito de jamais e outroras.
Nada como o sibilo de vento de entre serras, à noite, para me persuadir, mover, impulsionar, empolgar, com as emoções, sentimentos, intuições, e tudo o mais que o mais milenar e secular dos homens, se é que exista algum, estou desconfiado não exista, enfim, os entusiasmos e euforias, a imprevisibilidade, a ESPERANÇA, que nos orienta, é a bússola de poder compreender a proximidade do homem são a cruz e o tempo.
Nada como a noite para recordar, lembrar, rememorar, memorizar, os gestos, atitudes, compaixão e solidariedade, o silencio!... leito de jamais e outroras, os olhares deste homem quem se entregou à “magia” das palavras que tocam os íntimos, despertam a fé, às vezes, desde silêncios milenares, fora esquecida.


Sim.


Quem sabe através de palavras que se fecham em si, tudo o mais se recolha no sono de sonhos de FÉ, a relva na crista do vento, a macieira aninhada no espaço, tudo a conceder-me a solidão de oliveira no céu de verão?


A isto não posso arriscar a afirmar munido que esteja de originalidade, enfim os sonhos se confundem com o dom gratuito das palavras, eu quem acredito que as “palavras só se tornam verbo na intimidade”, em cujos caminhos sou quem deseja o encontro e alegria de colóquio de paz e respeito;.
Sempre acreditei que algo fora invertido ao longo da história dos homens, algo que, se compreendido em sua profundidade: dizem que o amor precede o respeito, mas acredito ser o in-verso que me identifica com a luz que ora se incide gloriosa e resplandescente neste leito de jamais e outroras que busco com voluptuosidade e volúpia nesta noite que é passagem para a Luz.


Então, se reunir estas três dimensões do Espírito, ESPERANÇA, FÉ, LUZ, quem sabe o homem-de-treva torne homem-luz na comunhão de irmãos e companheiros
Crio a intimidade com Deus, com os outros na “comunhão dos “santos”, com o AFAGO na comunhão da “criatividade e do amor”.


Só na intimidade as palavras se tornam verbos.


(#RIODEJANEIRO#, 30 DE JUNHO DE 2018)


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