#SÁTIRA DESCORTINADA DE AUTO COMPAIXÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ===


Quem tu, de mim?

Ou seria "de mim", quem tu?

Contro-vérsias à parte,

Exclusas as posturas cognoscíveis,

Há-de considerar em que níveis

In-vestigar a profusidade destas inquirições,

Sensoriais, sensíveis, racionais,

Há tantos, adversos vale investigar as nuanças,

Conhecer-lhes os nonsenses, disparates e genialidades,

Nos Covis de Gênios já o saber e a sabedoria de que

A sátira des-cortinada de auto compaixão

Fenece por incólumes princípios

Do Bem e do Mal, morre-lhe o sentimento humano,

Respeito irrefreável por dogmas e preceitos

Do Mundo e Entendimento,

Tais que são húmus dos frutos deliciosos da escravidão.

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Pré-ocupado demais em seduzir

Com as verborréias, falas vazias do Nada

Que não tem fronteiras, limites,

Onde se pode espraiar o pensar-sentir,

Falácias do vácuo a solidão produz,

Esqueço-me o "mim mesmo"

Suspenso nas teias da inquietação?

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Fascinante,

Negligenciar-lhe re-conhecido,

Perdeu-se o juízo das coisas,

Por gentileza específica, longe de mim

O que for de permissível sem este juízo,

O que for libido, libertinagem, promíscuo,

Hereges atitudes, profanas razões da verdade, do divino,

Fascinante,

Re-colher-me de lábios fechados, olhos semi-cerrados,

Introspectivo, dizendo-me

Alongar a con-versa não soluciona

As "Palavras", a magia está nelas dirigidas a mim,

Ouvir as mágoas, sofrências,

Culpas, responsabilidades,

Carências, sentimentos de exclusão,

Dores e prazeres

Revezam-se ao longo do destino, contingências.

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Tu, de mim,

Quem?

Inda não houvera olhado

As sombras no espelho,

Não lhes sabia a existência,

Alguma coisa em si

- des-cobri-o neste instante-já -

Estranha, estrangeira,

Não conhece as origens,

Continua a latejar em expectativa,

A carne leve

Numa intenção de entrega,

Não sabes explicar,

Vai além de pontos de vista,

De ciência, de tese, antítese, síntese,

De religião, redenção, ressurreição,

De arte, sublimação, katharsis, mimesis,

Mesmo que fundados,

Quem de ti, ninguém,

Sentes rápido triste

Que a preocupação de inalar

A maresia

Esvaece,

A lucidez é tão vaga,

A intuição existente no mais íntimo

Do espírito é um real in-descritível,

Sou quem te respondes,

Sem palavras ambíguas, intenções evasivas,

Para explanar ângulos ad-versos

Da face entre duas sombras,

Da alma à soleira da terceira margem da estrada inóspita,

Torná-las dúbias de profusidades,

Isto de quem, tu, de mim,

Não se mostra questão,

Antes do caos da id-entidade,

Norteando as idéias inexpressíveis,

Os instantes são estilhaços do "Alfa",

Espocando sem cessar...

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Tu nada és de quem sou.

Nos picadeiros, pane

Do manque-d´être, manque à être,

Das algazarras fúteis de braços dados

Com as finesses exclusivas,

Das brincadeiras risíveis,

Entre elas o humor e o riso,

Sarcasmo e cinismo da beatitude

Aderida à grandeza do nentes,

Ironia e dissimulação misturadas

Para que o subjetivo seja alcançado,

Deguste o veneno, desfrute-lhe o sabor,

É cuidar dos jerivás no quintal das hipocrisias,

Espalhadas ao longo de

Instantes-já, instantes-limites,

Introspectivas

Sensações de liberdade,

Aquela luxúria gostosa do sentimento de esperança,

Sortilégios dispersos de tempos, ventos,

Outrossim, convexas palavras

Retardam sentimentos ad-versos,

Embora o abismo entre mim e tu,

Abismo indevassável,

Entre os ângulos da face refletidos

Entre as sombras no espelho...

#RIO DE JANEIRO(RJ), 14 DE NOVEMBRO DE 2020, 09:08 a.m.#

 

 

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