#DO VAZIO ADNOMINADO AO ABISMO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: ODE $$$


EPIGRAFE:

"A minha própria morte tem de ser serena, viva, não sei inda como, mas é mister seja."

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Prolixas e herméticas cordas de cítaras ensombrecidas

que, tocadas, não dizem de outras coisas,

não tergiversam sentidos, símbolos, signos, metafísicas,

são em si e de si,

nada de in-fin-itivos solsticiando o limiar do horizonte,

nada de regências verbais

velando a soleira do uni-verso em instante

de sedução do vazio ad-nominado ao abismo

para os abissais genesis do vento sibilarem,

nada de concordâncias nominais

des-velando à beira da gruta as prescrições

do nada à luz do entardecer,

des-novelando nas cavernas serenas as indiscrições

das náuseas proscritas, com as magias noctivagas,

até as lendas, "causos" do amanhecer,

destilando nas pracinhas públicas as rebeldias, revoltas

do anoitecer, sem quaisquer noções do alvorecer,

e o transcorrer do tempo,

os sonhos imortais que se dissolveram

desde a travessia da profundidade à superfície do mundo, nas paisagens da viagem

aos interstícios velados do In-finito.

***

Há árdua labuta de duas assimetrias

Encontrarem-se na simetria,

Mister coragem para re-valorizar a simetria,

Sentir-lhe inda mais presente,

Nas cores mais densas, significativas

Há lividez,

O fogo dá ao homem que sonha, quimeriza o destino

Com os frutos da contingência e do real,

A lição de uma profundidade que contém um devir,

A chama brota do coração,

Circunscreve o passado ser ignorância,

O devaneio, impotência,

Ideias, sentimentos em desarmonia,

Pensamentos e emoções des-conexos,

Confio na incompreensão do morrer,

Tem-me dado vida liberta de entendimento das coisas,

Devaneio nos sinuosos caminhos de sepulturas,

Desvarios da solidão...

***

"Se queres mesmo a representação de teu epiifácio,

Ei-lo solene e forasteiro,

Está em tuas mãos editá-lo no mármore",

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"Quem irá ler a saudade armazenada no espírito

O olhar para pena de águia sob os ventos,

Nela a quimera do espírito de linguagem e estilo,

Outros ideais a serem perscrutados e real-izados,

Ao pousar nalgum sítio...

A saudade da pena em mão a brincar com as linhas inertes,

Tornando-lhes trapezistas, no trapézio ondulante,

Sob a arte da performance e dos movimentos,

Dos riscos/consequências, das glórias e alegrias..."

***

Pers-critos epitáfios per-formam o tempo

- "Jamais esqueçais de que a morte é um futuro in totum misteriosa e obscura" -

"Só a morte diz a si própria;

tudo o mais são verbos de pretéritos

conjugando perfeições e imperfeições,

im-perfeitos sonhos de futurais vires-a-ser de esperanças, perfeitas sorrelfas de con-ting-entes

angústias e tristezas que per-vagam perdidas nos alhures,

no In-finito re-fazem-se silêncios

perambulando efêmeros e nada,

travessias e nonadas,

re-nascem solidões originando,

concebendo sentimentos e emoções vazios."

***

Pers-critos epitáfios trilham circunstâncias e situações

- "Jamais esqueçam de suas raízes, origens, nunca se lembrem de esquecer de que esquecer significa apagar da memória, há outras dimensões do esquecimento,

isto é,

se dou uma dica do sentido, modo de explicação,

virar as costas, seja feliz do seu modo,

a última palavra,

serei feliz ao estilo de mim."

***

Lembram-me as pres-critas epígrafes...

Luzes... Luzes... Outras luzes...

Não fora o derradeiro pedido de Goethe

Abrirem a janela para que a luz entrasse...

"Outras luzes."

#RIO DE JANEIRO(RJ), 13 DE NOVEMBRO DE 2020, 08:18 a.m.#

 

 

 

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