**COMÉDIA DO INFERNO PERPÉTUO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ====



De pre cavidas, as ambulantes metafísicas
Do mal elevado a níveis superiores,
Limpam as imundíceis da veia,
Sujeiras do sangue ardente,
As idéias higienizem os labirintos
Das atitudes escusas,
Os pensamentos desmanchem as porcarias das ações...
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Sentimentos obsoletos e imortais,
Obtusos e perpétuos,
A processarem-se fáceis,
Desenrolarem-se calmos.
Surdos orifícios dividem
O que resta de lamber nas têmporas,
O que silencia de sensivelmente deslizar a língua
Nos lábios do Ser,
Entre(cruzadas) engrenagens entre(devoram)
Consciências.
Entre(laçados) re-cursos entre(olham)
Projetos de luxúrias, vaidades, poder,
Conduzidas vozes pungenciam
Repugnantes lágrimas.
Trevas esturricam o que há de inteligível
Na ausência de inteligibilidade do inteligível,
Cinzas quentes fumegam no vazio das visões.
Víboras entre(cortam) das mentes
Evangelhos ilícitos,
Serpentes entre-verberam dos pensamentos
Ideias do mundo, Versículos de proeminentes heresias,
Filamentos escorregam goteiras simultâneas.
Serpentes ladram por elos de prata.
Saci pererê equilibra-se no trapézio de trapaças,
Perspicácia.
Expurgada sedução petrifica
Faúlhas e jactos de infâmias.
Despedaçado inferno
Arrulha derrogadas insolentes.
Deuses desfolhados erigem esquecimentos.
Glauco chão estupidifica lacunas.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 08 DE NOVEMBRO DE 2020, 11:55 a.m.#

 

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