@OCASOS E SILÊNCIOS DE MOMENTOS PROFUNDOS@ GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ====



Olhos transparentes, a alma configura
As sombras do inaudito resplandecidas do pretérito,
Esclarecida a sua tonalidade de cinza forte,
Cor de duplo e ambíguos sentidos,
Aqui, ali, em todos os lugares
Trilhas de lembranças, recordações
Vigílias da memória antecedem os crepúsculos do ocaso,
Ocaso de manque-d´êtres de eróticas alucinações,
Devaneios da felícia,
No gozo do tempo indizível o clímax do nada
Revestido de cintilâncias perenes
Ocaso de forclusions nas abóbadas do além
Transfigurando as efígies do templo esquecido de louvores,
Princípios de glórias e conquistas,
Oníricas luzes de seda ampliando as veredas,
Sonísticos flashes de imagens criando mistérios, enigmas,
Sigilos refinados ao gosto de coisas delicadas,
Para as travessias das krishianas nonadas,
Vedas das utopias da liberdade evangelizadas de sacras
Sabedorias das ainda-que-sempre inglórias,
Ainda-que-sempre desilusões,
Ainda-que-sempre infelicidades,
Mesmo que nas bordas imaginárias da psique,
Ocaso de cinéreas metamorfoses do efêmero vazio
Transbordando de espectros ensombrecidos as ad-jacências
Do silêncio da solidão na alma do espírito
Sedenta de flúmens edênicos
Ocaso de mauvaise-foi dos prazeres inolvidáveis
Verbalizando de outroras do perpétuo
As línguas proféticas, palavras sábias, vernáculos divinos,
Nas madrugadas do galo, o espírito da alma vagabunda
Versejando de fúteis esperanças o cântico do alvorecer,
Ocaso de sonhos à luz subterrânea da novidade
Solsticiando de belezas etéreas
Os volos de transfigurações dos genesis in-auditos,
Das origens in-concebíveis
Dos princípios in-imagináveis
Das anunciações in-estéticas
Das álgesis das contingências in-explicáveis,
Do inconsciente de mistérios da vida e morte...

#RIO DE JANEIRO(RJ), 08 DE NOVEMBRO DE 2020, 10:20 a.m.#

 

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