*À GUISA DA BABAQUICE DA VELHICE** GRAÇA FONTIS: FOTO Manoel Ferreira Neto: TEXTO ===



EPÍGRAFE:

"É nos vales que aprendemos as coisas da vida e não no alto de montanhas"(SABEDORIA INDÍGENA NORTE-AMERICANA)
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Às vezes, brincamos com as palavras, fazemos delas "gatos e sapatos", quem lê pensa e sente são coisas da imaginação fértil, da inspiração sem quaisquer limites, talentos e dons, mas na verdade são coisas reais, apenas trans-literalizadas.
Tacharam-me "velho babaca" num comentário de post. Não vi, fui informado, a pessoa bloqueou-me para não manter relações comigo. No momento em que estava sendo in-formado da agressão, pensei comigo: "Sou babaca sim. Crio do "ba" o "baca". E você com toda a sua pompa, orgulho, vaidade de grande intelectual, o lídimo re-presentante da verdade, jamais será capaz de criar do "id" o "iota", e re-versar o ego. Babaca sim, meu querido. Quanto ao velho, me sinto mais orgulhoso do que você com o intelecto inchado de vaidades e ilusões, pois até a esta velhice de agora, muitos caminhos andei, perambulei por terrenos baldios, deambulei por estradas de poeira, aprendi que intelecto inchado de vaidades nada significa, não comunica nada, não cria nada, decompõe-se no tempo, torna-se nada." Aprendi até com sabedoria indígena: "É no vale que aprendemos as coisas e não no alto da montanha", nos bosques à beira mar que refletimos, meditamos valores e virtudes da existência, e não no sertão.
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Palavras, queira-se ou não, justificam, explicam, as coisas continuam acontecidas, são partes integrantes dos éritos das situações e circunstâncias. Mesmo que houvesse visto o comentário da pessoa, não responderia à agressão, simples res-posta. Ademais, sabia, sei que o castelo que a pessoa criou em cima de suas revoltas, insatisfações, mágoas, ressentimentos para poder sobreviver, seguir as estradas da vida inevitavelmente vai cair por terra, e intelecto ainda usando coero não tem qualquer substrato para estar diante das verdades da vida. Só posso desejar que consiga construir uma casa verdadeira, confortável com a falência do intelecto, seja real.
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'Filhos, filhos.. Só tê-los para sabê-los. Melhor não tê-los." As babaquices de minha velhice são alimentos para muitos que desejam a vida, o encontro com as verdades. É de se saber se as sabedorias deste jovem pompado de orgulhos e vaidades servem para alguma coisa. Servirão ao longo do tempo, se for capaz de estar diante da vida, ser autêntico, viver de quem ele é.
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Ouvir isso de frente magoa, ressente. Agora, por trás: ver não pude. E o mundo inteiro assistindo à agressão magoa e ressente mais ainda. Mas é preciso entender e compreender a verdade só é vista por quem deseja vê-la de frente. Não é o tempo de ele enfrentar as verdades, chegará este tempo. Como chegará para muitos que tentam denegrir, espicaçar a imagem dos outros para justificarem as suas falências psíquicas, as suas incapacidades para qualquer coisa da vida, os verdadeiros néscios. O que faz a Existência é o próprio destino instituído com as próprias verdades, seja com as maledicências, seja com as virtudes.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 10 DE NOVEMBRO DE 2020, 05:41 a.m.#

 

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