REEDIFICANDO APOSIOPESES# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA ***


Post-Scriptum:

De sábado para domingo, nada tendo dormido, houve instante em que senti que começava a auscultar-me a respiração, entreguei-me, senti a vida no aspirar e respirar o ar, alcova às escuras, que sensações perpassaram-me o corpo, a carne, momento eivado de dimensões sensíveis e espirituais inestimáveis. Envolveu-me, deixe-me livre nas suas asas, refletia, meditava, in-vestigava tempos idos, avaliava o presente.

***

Opostos envoltórios mostram meditações

A re-lembrarem factos trans-corridos,

Nós de nada jogam o naipe da missiva de reflexões

Sobre a mesa cujo pano é crocheteado, ,

Ar-{revès}-am sorvedouros re-fulgindo-se,

Mov-ediças areias passando na ampulheta,

Re-artificiando os olhares às coisas fundamentais

Da Consciência e da Estética

Das situações e circunstâncias vivenciadas,

Tornando a des-vendar, re-estabelecendo igualar,

Re-organizando,

Re-edificando Aposiopeses...

***

Re-começando logros-liames, em outros tempos, em outras eras das ilusões e medos, em outras épocas de fanfarras, armadilhas-melancolias, cerce-misantrópicas, ligações re-criadas - cor-ruptelas, re-inícios re-fazem, dificultam, tornam a orientar, re-consideram re-começos, cor-rigem "res", com-ungam experiências e visões-de-mundo, re-artificiam os linces dos desejos mais íntimos e almáticos, tornam a re-fletir fulgores...

***

Cruzadas sobrepujadas... Transnadem, enaltecem trajetos, além-rugas mal dormidas, além-olheiras visualizadas no espelho da pia de lavar rostos na manhã, varam diafan-idade, metamorfoseiam dia-gonais, empestam tenebrosidades colaterais, tres-dobrando corriqueiros estremecimentos, tris-sulcando treitas, tetras e "eitas", extravasando troféus. Amansarias, mansardas, botequins obtusos nas estradas sem direções, qualquer sequer, é já de bom tamanho. Aposiopeses.

***

Exsudam trasladações, mal dormidos tropicalismos

Paulicéias,

Carioquéias,

Mineir-aléias...

Vales, grutas, abismos, montanha

Sertão ao léu dos tempos, perdido de secas,

Oceano, orla, bosque, mangues,

Sentidos, metáforas, metafísicas ad-versas,

Emudecimento,

A soma de sentidos,

Simultaneidade, abreviados zunidos...

A multiplicação do logus, pensamentos sussurrados,

Razões, inda que não inversas, reversas, adversas,

Sem princípios, sem solos,

Tecendo intelectos viáveis, plaus-[íveis, mov-[imentos]

No espaço de querença, volúpia dos sentimentos

De compreensão, entendimento do vazio e nada],

Por que o nada precede o vazio?

Quisera fosse-o, onde a síntese?

Por que os movimentos lançados

Foram ameaçando o Rei até o cheque-mate?,

Das jogadas inteligentes, perspicazes fugindo a léguas,

Sem quaisquer outras tramóias, obrigado a consentir com

As asnadas que lhe fluíam suaves na mente desvairada...

***

Múltiplas luzes brilhando desde as do proscênio

Ao fundo do palco, a entrada para os camarins,

Camarim do nada-vazio,

Leito de sonhos da náusea sublime da liberdade,

Do sorriso, riso, algazarra dos sentimentos, emoções,

Ironias, sarcasmos, sátiras,

Espelho deixado nas trevas, iluminadas

Pela lua e estrelas,

Mostrando a imagem de intros-pecção,

Re-flexão dos bosques a serem per-corridos,

O corpo, a alma adormecidos,

Outros, nunca igualmente idênticos nas

Contra-dicções, {dial}-écticas,

Diferenças...

***

Re-versos re-vestimentos re-velam re-fazendas re-trospectivas, re-versam re-demoinhos res-plandecendo-se, re-descobrindo, re-id-entificando, re-estruturando, re-construindo re-ticências...

***

Lembram-me,

Naqueles momentos de as idéias se multiplicarem

Tanto, mister levantar da cama,

O intelecto carecer de utopias e sonhos do verbo,

Na estante, encontrando-lhes às pencas,

No espaço de entre as cortinas, alguém olhando

A luz acesa

" - Esta luz está acesa sempre.

Insônia ou medo das trevas?",

Alguém velava-me a insônia, o sono, sonhos,

Outras ilusões, inda que solitárias e quiçá frutos da imaginação fértil. Os tempos mudaram, tenho todo o tempo do mundo para artificiar inda mais aqueles núncios da conciliação do vazio e do nada, con-sentindo a ipseidade de destinos a serem construídos e estabelecidos de desejanças e entrega, Amor.

***

Re-iniciando redes-laços, re-outroras, redes-nostalgias, res-melancolias, re-lações re-inventadas - re-demoinhos, re-começos re-criam, re-versam, re-encaminham, re-cursam re-inícios, re-formam "res", re-cogitam res-plandecências... extravagâncias, exuberâncias.

***

Travessias trans-cendidas, trans-elevam trân-sitos, trans-nonadam tres-noitadas de pena e re-flexões, Vivaldi, Chopin, Beethoven, copo de bebida sobre a mesa, cinzeiro e bitucas de cigarro, os entes íntimos dormindo, dormitando, sonando outro alvorecer, tres-passam trans-parências, trans-formam trans-versos, tres-andam trevas trans-versais, tri-plicando triviais tre-mores, tri-partindo trilhas, trans-bordando taças francesas de champagne. Trans-piram trans-ferências, tres-noitadas tropicálias..., madrugadas de estéticas e sensíveis buscas de sentir inda mais presente no corpo as maresias do mar, no coração e no espírito aquela sensação deliciosa de dormir agarradinho ao ser amado, querido, ventos, chuvas, garoas, tempo nublado, aguçando, eivando a alma de quimeras e filosofias, alfim são elas a luz do Espírito do Subterrâneo aos fulgores da Alma de Estesias e Considerações In-tempestivas...

#RIO DE JANEIRO(RJ), 16 DE NOVEMBRO DE 2020, 10:42 a.m.#

 

 

Comentários