#IMAGEM E MOLDURA NO ESPELHO DO TEMPO# GRAÇA FONTIS: PINTURA M,anoel Ferreira Neto: PROSA EPISTEMOLÓGICA POÉTICA DA LINGUAGEM E ESTILO ####


POST-SCRIPTUM:

Houvera passagem na sua sondagem do Poema SONDANDO O PROFUNDO MÁGICO E MÍSTICO chamara-me a atenção, sobretudo essa passagem "... revolto na pluralidade extremada das dúvidas onde o círculo se fecha e comprime a autoestima cambaia de tamanha lucidez e a apreende à horas de tédios...", haveria de responder-lhe noutros prismas de visão acerca da congeminação da Poesia & Filosofia, a episteme da poética da linguagem e estilo, agora em nível de prosa.

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Confere-se na sua "Sondagem" o desejo do conhecimento, do saber o que reside de profundo e sêmen de outros pensares-sentires, chegando a grande ânsia de mergulhar nos recônditos da obra, retirando-lhe o néctar que desperta para os sonhos do mundo e das coisas dele sob outros pensares, sentires. A inquietação por des-vendar-me, recolher o "eu-poético". Assim se mostram, são os discípulos leais e fiéis à busca que decidiram empreender, a contemplação do conhecimento, a que alimenta o Ser. Requerem e exigem o máximo. Assim cumpro a responsabilidade de encaminhar o discípulo ao que projectou,

aos seus sonhos e esperanças.

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Disse-lhe, repito-o, amor querido, Graça Fontis, de excelência a sua crítica. Beijos no coração gostoso.

Manoel Ferreira Neto

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PRINCÍPIO DOS RE-FINADOS!...

CÂNTICO DOS A-FINESSADOS

ORIGEM DA ILUMINAÇÃO!...

SALMO DE ÁGUAS E SILÊNCIOS

CASA-DO-SER!...

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Paixão pura, compaixão é pecado, solidariedade é perjúrio, só um mandamento deve seguir: o sublime constante, coisa similar e verdadeira, música cor-ajosa e con-soladora, pintura pertinaz e solerte, e bálsamo, calmante das palavras, anestésico de metáforas e paradoxos. Torno-me demasiadamente etéreo para este tempo outro, re-nasço-me éter para instantes-limites ad-versos e in-congruentes.

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Tomo tudo isso sobre a minha alma, o passado mais antigo, o presente mais recente, as perdas, as esperanças reunir, alfim tudo isso em "n´únic - alma", em "n´únic-amor", eis o que deveria produzir felicidade tal como o homem nunca conheceu, a felicidade de um deus cheio de forças e de instintos, de mazelas e pitis, sem acrescentar as neuroses, psicoses que são às pencas, cheio de lágrimas e cheio de risos, entupigaitados de maledicências e incoerências, uma felicidade que, similar ao sol no final da tarde, toma, sem cessar, esse sentimento...

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... Herdeiro da nobreza

Nobreza da totalidade de espírito passado,

Nobreza da efemeridade das coisas

No cerne das dúvidas, equívocos

Perco o remo de outros pensares,

Conheço o sentimento inesgotável do Verbo de Ser,

Ser da Alma - Perspectivas, Imagens

Ser da Sensibilidade - Intuições, inspirações, percepções,

Sou Verbo de Mim,

Sou Gratidão de Outro,

Sou merci beaucoup de outros

Sou murmúrio, clamores do dia,

Sou ruminações, carências e ausências

Sou cochilos, à espera do canto da coruja,

Sou cochichos dos sons das asas da águia,

Atravessando bosques, florestas,

ABISMOS,

Saber o que sinto!

Saber quem sou!...

Primum scribere,

Deinde philosophari...

Explico-me, portanto engano-me,

Me não é dado ser intérprete de mim,

Quem sobe pelo próprio caminho,

Não consegue descer também por ele,

Inda os que sobem voando,

Encontrando diversas dificuldades

Ao chegarem ao topo,

Não conhecem os mistérios do espírito do subterrâneo.

Quem bebe de cálices de gim muito cheios

Deixa algumas gotas caírem e rolarem.

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Posso acrescentar que a língua não é a única a servir de nonada para o "sim" da vida, de nós de nada nos instantes-limites da náusea do mundo e das coisas, existem o toque, o gesto.

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O que torno ilusão,

dos sábios poetas, dos poetas sábios,

dentro de um o outro,

vis-à-vis,

vice-versa,

Estando junto, sentindo solidão,

solidão da eternidade

solidão do inesquecível,

solidão da imortalidade,

solidão da libertinagem,

solidão da sin-thesis

do Verso&Verbo

do Uno...

Inda acrescentando a lâmina da faca

da thesis do son-írico da

Inspiração/Representação.

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A vaga se aproxima - aproxima-se lenta, sorrateira, aos compactos de sorrelfas e diamantes, aproxima-se com avidez, como se quisesse encontrar alguma coisa, lâminas de devaneios sublimes e puros ceifando afiadamente nas bordas, os exageros, nas arestas, os sensos de limite, encarna-se no desejo de outras entrâncias do inaudito, como se a ec-sistência houvesse sido sentida com a verdade do tempo, haja de ser sarapalha à luz das regências e das estéticas das lembranças, ser em fenos das gerências do despautério e verborreias das náuseas verbais do eterno, memórias de átimos de segundos plenos de felicidade. Quê terrível pressa faz com que me rasteje até o fundo, vislumbrar de perto o que é isto de "irradiar-se a quimera", o inominável das profundidades de minh´alma, quebro a falta de razão que me habita, sou-lhe peregrino à busca de velar coisas que me encobrem, o verbo antecede, pré-cede a alma, cria o ipsis versus para nele se ins-pirar, re-colher e a-colher as pers da pectiva do encontro com as verdades que alimentam os sonhos?, re-inventa as regências em nome das atitudes e gestos para se mostrarem no instante da pronúncia deles, aquela pose de trés-loucado, "trésor lacôme" de querenças de sabedoria e conhecimento - não é o perfume do conhecer que alicia e seduz homens à procura da sabedoria?

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Eterna irrealidade da existência íntima,

E se então trata ao mundo que é proibido,

ao mundo real,

facilmente se lhe intui, percebe

o inolvidável fracasso,

frustração,

Des-velo-me

Des-novelo-me

- O sol deita-se,

o resto fica na sombra,

sob o ouro da tiara deslumbrante,

sob o riso do feltro do chapéu

sem quaisquer objetos

de resplendor, lay-out,

e as nuvens escuras, azuis, brancas

colorem o instante do sol se recolhendo

aos poucochitos na paisagem

do mar aberto ao infinito...

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Versos, estrofes, prosa

Vida extremamente solitária,

Tornam-se-me estilos entre sentimentos

e vazios,

em que se pode olhar de esguelha,

sorrir de angústias e náuseas,

veem-se em mim

voluptuosas e compulsivas,

lúdicas e transparentes,

esgoelar-se de tantas lágrimas vertidas,

em que se pode pensar

tratar-se de quem enxerga além da cena

vulgaróide, destituida in totum de

sarcasmo, ironia, cinismo, assim rezando

o terço da sátira envelada...

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Buscas, que o inaudito de mim

Res-plende, esplende a todos os uni-versos...

Aquando,

sob a influência de nuvem que se aproxima,

Está-se longe de ver

Hei-de agachar-me

Esconder-me

Entre as rochas e mangues,

Lamber

O indicador e o mindinho,

Incontáveis vezes,

Uma forte carga de esperança e amor,

Torna-se, subitante e subitamente,

Dimensão do espírito,

dimensão da essência,

Prepara-se para a mudança

de versos do Uno,

Uno dos Versos

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A-nunciam-me outras vagas, outras plagas - sou alma de sentimentos, esperanças, sou alma de volúpias e êxtases inda mais preciosos, in-fin-itamente preciosos, ávida, selvagem, cheia de mistérios, da cobiça dos peregrinos de tesouros, lanço ao alto o quanto posso os perigosos arrebiques verdes, ornamentos preto-e-branco, à minha volta pedaços do demônio, piadas demoníacas, tragédias demoníacas, sátiras e sarcasmos "capetais", alfim é me não esquecerem as meiguices insolentes do inferno, não me sejam esquecidas as meiguices do inferno insolente, mas em vão, o que sinto é irradiar-se a santidade, lanço uma parede entre mim e o sol,

entorno esmeraldas no abismo,

extorno cristais nas grutas,

desfazendo-me de minhas alvas

sendas e rajadas de espuma

des-codifico as elucubrações preliminares,

des-cubro haver indivíduos que sabem

melhor não errar do que corrigir os erros,

diamante precioso.

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"Bramo de prazer e de desejos!" Que importa se o verbo "Bramir" seja defectivo, no presente, porque nos pretéritos conjunga-se-lhe em todas as pessoas, é na boêmia da noite, horas de solidão e silêncio, na lua de bohêmias do inolvidável, cheia de idílios e devassas vertigens, libertinagens que deixariam "sessentões" vermelhos de vergonha, perscrutando a cintilância de estrelas, brilho da lua, nos vestígios de carência de amor desmedido que re-faço caminhos, sendas e veredas, porque há em mim um impulso de forças vivas em vai-e-vens de se libertar da casca, muito da vida já se fora, por mais se prolongue inda é pouco para delinear as nonadas verbais do tempo, desatar os nós de nadas dados nas evidências das doenças preliminares do juízo, dor e engano de uma hora a outra, o que inda querer, buscar, desejar... buscar um motivo e outro para a vida, eis a questão. Esta necessidade e pendor para o verdadeiro, esta sede do real, do certo...

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O poeta adormeceu,

não há poesia, não há mais inspirações,

re-nascerá no amanhecer,

no alvorecer, semente e

humús,

des-pertará no amanhar de outra aurora

eidos & seiva

núcleos & casa-do-ser...

levantará a cabeça do travesseiro,

o corpo da cama,

eidos da id-entidade,

"Mora em sua própria casa",

por vezes se inspirando em cena onírica,

por vezes cenas re-criando imagens

de memórias,

por vezes inventando luzes

cores astrais, cores con-tingentes,

inda por vezes

re-fazendo cenas cinematográficas

sentimentos recolhidos

nas cavernas escondidos, a-nunciados

pelas imagens e o enredo da obra.

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Amanhã serei cinzas,

nada restará de mim

senão algumas letras,

letrinhas muito mal garatujadas

de todas as pers da pectiva do verbo

de mim,

como poderei habitar o íntimo

dos homens,

como me seria artificiar os re-cônditos

das levianias dos princípios,

a-nunciando-lhes a alma

senão nos relâmpagos glaucos,

partilhando o meu segredo?...

O in-finito é a menor côdea do mundo...

O pintor pinta o que lhe agrada,

alegra-o

E o que me agrada, diverte?

O que me obriga a querer

agradar-me mais...

Amo de paixão isto

de espremer os miolos para algo produzir,

restando-me o silêncio insolente

da perquirição do tal-agora-aqui.

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Não haver ou restar dúvida de que os poetas desde a eternidade sempre foram camareiros de alguma moral, o impulso da preservação da espécie surge, aparece de tempos em tempos como razão e paixão do espírito, há outras coisas na vida, no limiar e soleira de si, a vida tem sempre algo de por trás de si, abaixo de si, este impulso de uma moral, de uma ética, consciência-estética-ética, o habitat da cobra é a sombra, mas quem vai ler as garatujas do poeta?, não há espécie, não há somas, não há zeros à esquerda, à direita, obtusos, lascivos, não apenas a risada, não apenas a gargalhada a todos os ventos e beças, e de tempos em tempos devem satisfazer uma condição, postura, conduta para suas existências, precisam acreditar que sabem e conhecem porque existem... genialidade ou sorte, simplesmente astúcia afortunada, por que estão no meio das coisas, dos homens.

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Estar no meio, andar no meio dos homens, mas perambular e devanear no meio da rerum concordia discors e toda a esplendorosa e mágica incerteza e toda a ambiguidade da existência e não perguntar, nem mesmo sentir ojeriza e sarna, urticária, por quem pergunta, quiçá até deleitar com ele até exaurir-se de cansaço... uma loucura, insanidade qualquer, doidice de espécie, varrice de laia tentam convencer-me, persuadir-me de que todos os seres humanos, homens e esboços de homens, fakes de indivíduos céleres tem essa percepção... para as naturezas dúbías e obtusas, vulgares, intelectualóides de plantão, os sentimentos nobres e generosos parecem contra-producentes, e por isto/isso, em primeva instância, inacreditáveis: as naturezas vulgares piscam com os olhos, quando ouvem falar deles, e parecem pronunciar as palavras de seus manuscritos diários, e parecem querer a-nunciar - antes, porém, confessarem seus pecados, sobretudo a compaixão ao monsenhor da igrejinha de Santa Terezinha, de joelhos no genuflexório, lágrimas vertendo de arrependimentos, culpas, faltas - dever haverem boas vantagens neles, não se pode ver além de todas as paredes, de todos os véus e sudários... não tremer frente a frente ao desejo e prazer de pers-crutar o mundo e a terra... Mister pensar com os botões, cogitar com as abotoaduras em outro ponto ao examinar o perfil: se se tem assim tanto poder que, caso precise, possa sustentar-se sozinho com os próprios recursos, ou se se precisa sempre de assistência de outros como aqueles que não conseguem lutar contra o inimigo no campo de batalha, mas são obrigados a refugiar-se atrás dos muros da cidade.

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O sentimento de solidão e silêncio trarei sempre em mim consciente de que devo lhes con-templar, desejar outras consumações no crepúsculo de todos os tempos,

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Todos os sentimentos anunciando-se,

pres-ent-ificados,

sentidos, verbalizados, sonorizados,

cada uma de minhas ideias

de meus ideais,

vontades,

verbos

são um fervor,

de desvarios e devaneios,

de segredos e mistérios,

o A e o U de meus conhecimentos,

primeiro as vogais,

após, as con-soantes,

o B e o Z de minhas perquirições

no tangente ao estar-no-mundo,

saberes, sabedoria,

Soavam-me ali

- ora no baldio do terreno,

ora no baldio do centro

do terreno -,

Badalavam-me acolá

- ora à sombra da castanheira,

idéias e pensamentos,

idílios de ternuras e entregas,

devaneios de toques e gestos

da liberdade e do amor,

encontro da luz e de

outras caminhadas,

e nesse tempo de síntese,

pés e mãos entrelaçados,

Inter-ligados,

Espírito e alma conciliados,

Verso-semântico

de sonhos alimentados nos

instantes de luzes

e vozes,

Estrofes-linguísticas

de quimeras e fantasias,

peças-metafóricas de Pintura, poéticas

Conúbio de Ganache e Ishdry,

Nós, Eu e Você,

#IMAGEM E MOLDURA

NO ESPELHO DO TEMPO#,

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o que ouço agora:

o eterno Ah e Oh

do que há-de vir,

há-de ser...

Manoel Ferreira Neto

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#Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA SONDA A CONGEMINAÇÃO POESIA FILOSOFIA NO POEMA Sondando o Profundo Mágico e Místico#

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Sem elencar dados filosóficos a este magistral Poema, "SONDANDO O PROFUNDO MÁGICO E MÍSTICO", como outros críticos costumizados nessa área fazem, estarei apenas objetivando percucientemente em primeira instância o exame das imagens diagnosticadas, sendo assim, avanço a contendo na comprovação indubitável dessa estética literária bela, limpa e diferenciada,... fazendo jus a "Expertise" de uma mente que sabe o que faz com sua técnica apurada através de anos em desenvolvimento intermitente. Então, conseguindo localizar, visualizar e avaliar a profundidade deste e seus contornos de uma série de peculiaridades, é aí o cuidado MAIOR, pois mensurar com certa precisão essa análise a contento é o que fará a diferença no resultado final de seu conteúdo multidisciplinar e altamente qualificado, para que não seja artificiado, mas, verdadeiro nesse colecionismo de #Palavras zeladas com esmero e expostas com tanta precisão, como pérolas de supervalorização aos olhos privilegiados que as lêem e nidificam surpresa, conhecimento e prazer. É nessa dinâmica, sem retroceder meu pensamento:... Período conturbado esse, cicatrizes pretéritas colidem com o presente urgente, exigente, externo e internamente revolto na pluralidade extremada das dúvidas onde o círculo se fecha e comprime a autoestima cambaia de tamanha lucidez e a apreende à horas de tédios, mas, incrivelmente mais resistente e forte no momento de renovação dentro deste mundo de diversidades, provedor d'uma coletividade que insta mais humanização ao plantar hoje à consolidação no amanhã do futuro, mesmo tendo suas marcas a nos lembrar "O real propósito da vida", e, é numa normatividade plurativa, que temos uma vanguarda sem medo de evoluir, viver e se arejar nos sonhos idealistas e seus prazeres, sem amiudarem-se na triste palidez dentro d'um espelho cuja realidade não reflete e as rupturas não se concretizam, visto a superficialidade de olhares criteriosos dessa ode ao individualismo e seletivamente de sisudez ostensiva a vulnerabilidade estática de outros; espaço dinâmico e vezes irrelevante, contudo, é onde o escritor se defronta com o impasse entre tudo-e-nada na fundamentação de força e resiliência às conquistas reparadoras dos anos de trevas, tendo como referência a própria reconstrução ao apagar as marcas indesejáveis d'alma com a própria alma livre de incessantes ilusões e sem recognição às feridas abertas no tempo. E o autor diz: "oh, vida! oh, céus! E eu digo, oh, texto! Um suspense paralelo no ápice das palavras e não desligo a feliz sensação ao aludir o quanto me é difícil essa empreitada, caminhar com Manoel Ferreira Neto e seu pensar conciso sem contradições ao fundar em congeminação poesia/filosofia, tido um céu esfumado como pano de fundo onde caminha e transcendentraliza a própria imagem a imaginação com a mesma força calculada perdida quando o vazio desceu e sua memória pulverizou a sua e do mundo, toda dor. Eis aí, uma harmonizagem perfeita, ampla e poética, por quanto o escritor incursionou pelos seus pensares, com honestidade, fascínio e ousadia transcendendo magias e mistérios, emaranhado num ciponêz articulado destes, com sua inquietude peculiar e em seu rincão particular de grande iluminação, nos presenteia com mais este belíssimo Poema, feito um convite a seguirmos em frente sem dar voz aos pregoeiros das rés! Aplaudo sempre, meu querido, Parabéns!!!

Graça Fontis

#RIO DE JANEIRO(RJ), 28 DE NOVEMBRO DE 2020, 10:46 a.m.#

 

 

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