#POR ONDE ANDA O NADA... POR ONDE?# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: DESENHO/PROSA POÉTICA $$$


Por onde anda o nada?

Por onde anda o símbolo do nada

Significando o nó infinito que enlaça todas as coisas,

A que estamos todos os homens interligados,

De alguma forma para a evolução de um

Precisa-se da evolução de todos.

Carioquicéias do verbo!...

Que fim levaram o Em-si, o Para-si?

***

No crepúsculo do nada,

Sempre as cintilâncias da luz que,

Re-versas e in-versas de ad-versas

Vers-itudes, versias, redimensionam as iríases

Do verbo e ritmam melodicamente

As éresis da con-ting-ência

Da etern-idade,

Das etern-itudes e,

Por além dos tempos e ventos,

Aqueles sons célticos irlandeses dos ventos

Soprando os tempos para adiante,

Os tempos movendo as brisas para trás,

Alfim requerem liberdade

Para jornadearem ao longo dos interstícios

Do nada oculto de poeiras da estrada,

Do nada à luz do rio cristalino de per-curso,

De-curso,

Sem fonte,

Sem margem,

Entregue livre às forclusions e furtividades

Das sendas e veredas

À mercê dos passos a passos

Em direção à vida do viver,

À existência do existir...

O ser invisível que, através do inconsciente ou da imaginação e visão onírica, torna visíveis os objectos e materiais desejados pela cobiça humana,

guardiões de tesouros íntimos da humanidade.

***

Era-me a luz que iluminava as trevas; era-me a vela que sarapalhava as chamas no vazio da noite, olhando-as sentia-me aberto às con-tingências do mundo? Re-encontrá-lo fez-se mister mudar de rumo, itinerário. Re-encontrá-lo fez-se sine qua non rasgar sentimentos e emoções, jogá-los ao léu quais confetes, e com grande amor e alegria re-fi-lo nuncamente com tanta originalidade, autenticamente, sou-lhe, é-me ele.

***

- Duas águias voaram por longos anos lado a lado. Uma se chamava Nó, a outro, Nada. Certo dia, uma delas seguiu em direção a outros in-finitos.

- Mas isto é tão simples assim?

- Não podia ser mais simples que isso. O nada é para ser e--xis-tido com volúpias. O nó é para ser desatado com êxtases.

- E é só?

- Solamente!...

- Solamente só... Acreditar ou olvidar?

***

Verbo e silêncio... Verso-Uno do Ser...

***

Re-versos atrás de éritas pectivas retros de imagens res-plandecendo na superfície lisa do espelho, inda que ínfimas e minúsculas, nos átimos do tempo, pre-nunciando mistérios do além, enigmas da posteridade, aqueles tais de in-consc-ientes que velam medos e tremeliques do há-de ser, des-velam fugas e outras condutas de má-fé, perambular pelos baldios dos becos, sob a cintilância das estrelas, brilho da lua,

lua em quarto Minguante, sábia e poderosa,

que desaparece na noite escura da morte (Morrigan), a Lua Nova - que romantismo sem precedentes! -, cantando "não estou com sono/não há para onde ir...", tempos de outrora: restaurante vazio, mesa na calçada, gim com limão e gelo, solidão, nem viv´alma na avenida: que fim levaram todas aquelas idéias, ideais? que fim levaram todas aquelas quimeras? -, madrugada não custa a passar, o orvalho continua a cobrir as flores do jardim, o alvorecer será apenas um fenômeno da natureza, morrer ou viver não é a questão, a questão é deslizar no vazio, nada se há-de re-colher, nada se há-de a-colher, nalgum canto aquém de alhures o epitáfio escrito com as gotículas de garoa do tempo nos devaneios de carioquicéias do verbo e do nada, que os in-fin-itivos de arriba olvidaram as fin-itudes em uníssono recitando os pleonasmos, vícios do eterno, os cacófatos do ab-soluto...

***

Vernáculo de solidão nad-ificado de éritos resquícios das melancolias do in-fin-itivo querendo as sorrelfas do genesis deixadas ao léu nas bordas das im-perfeições perfeitas das perfect-itudes, das nostalgias do gerúndio, desejando com excelência da sensibilidade e do espírito, nas margens invisíveis dos horizontes de perfeitas im-perfeições das nad-itudes em cujas faces visíveis do in-visível alumia o semblante do abismo abismático de abissais sensações, a continuidade que se faz continuamente...

***

A morte é a última esperança,

Saudades do particípio

Naquela fissura mais que compulsiva

Do apocalipse do Tudo, do Eterno,

Do Ab-soluto,

Projectadas,

Melhor ainda,

Jogadas a esmo qual confetes

Na soleira das pectivas intro que

Re-nunciam,

Nunciam

Desde o caos no instante

Do ser cosmos,

A mostragem na moldura dos núncios

Do vir-a-ser em nome,

Sobrenome,

Nome completo do "Eu",

RG, CI, Identidade almática e do mundo,

Silêncio e infra-silêncio

Nada mais são que sombras da linguagem,

Penumbras do estilo, brumas do dis-curso.

***

Nada é luz do silêncio. Nada é luz do infra-silêncio. Nada é luz da verdade, também das in-verdades.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 16 DE NOVEMBRO DE 2020, 09:14 a.m.#

 

 

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