#TRÁFEGO EIDÉTICO DO INCONSCIENTE/CONSCIENTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: POEMA PROSAICO



Recíprocas palavras de inversos e reversos
Grunhem de artifícios vazios incongruentes
Tédios.
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Sorrateiras miríades de estros,
Orlas, areia fina, incandescente,
Assolapam nada pedras que rolam aclives,
De náuseas indícios disfarçam incoerências,
Aléias de inspirações coscuvilham diamantes...
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Pés a esmo dos passos ao longo de in-verdades
A resplandecerem idéias dispersas, ideais vazios.
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Mútuos dissabores e ressentimentos perfilam
Além das verborréias da solidão,
Rasgam dilúvios e tempestades de ausências, falhas,
Insuspectos são os dogmas da liberdade,
Insurrectos são os preceitos da consciência,
- que postergam perquirições, protelam gnoses
Almáticas do efêmero no catavento, rodamoinho,
Dos nonsenses, superfluando honras e dignidades.
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Gumes de lâminas invisíveis, inauditas
Obtusas as sementes a brotarem da terra in-fértil,
Que fertilizam pétalas nórdicas as acácias
Soçobram pecúlios de sombras
A investigarem complementos que ad-versem
Lácios nas metáforas metafísicas da algazarra,
Vertentes-soníferas, sonoras melodiam astros
Que artificiam ipseidades, estras as mãos
Ser de maestria sinfonizando corcovados.
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Assim é pela arte de observar o dom do silêncio
Que meu dislumbre excede audaz
No domínio a brotar as paixões seduzentes
E controvertidas no ápice dos combates
Verbais ao deambularem obliterações no
Tráfego eidético do inconsciente versus consciente
Em movimentos aleatórios
Cientes do porto de chegada.
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Recíprocos de oblíquos cantos res-avessados emporcalham a fólio despojada e cã com pigmentações da ânima, des-cortinam a semblante retirada, propalando em labaredas vivas gotas pequenas análogas às freixas sumidas. De exílio, imaginação atada aos corvos da própria ceva. Das línguas in-finitas que falava, o caprichoso som une formas vivas, entre ramagens de sentidos e signos, entre folhagens de verdades e símbolos.
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O meu destino, agora meu delírio, hei-de seguir como um predestinado, encarniçado; mártir submisso, ingênuo condenado, inocente proscrito cujo fervor atiça o martírio. Entre cantares de amantes, de amados, pairam na renda fina e singela da entrega inda mais aconchegante, para além dos instantes-limites, aquis-e-agoras, a rosa aberta da liberdade de criar e re-criar o sentimento de orquídea em broto de vivenciar o prazer das regências metafísicas.


#riodejaneiro, 19 de janeiro de 2020#

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