#À SOLEIRA DO MONTE DAS OLIVEIRAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



À Amiga e Escritora Maria Isabel Cunha pelo re-começo das relações de amizade.
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Olhos perdidos nas entrelinhas espaciais de todos
Os versos e verbos da noite e do dia,
Da chuva torrencial e sol escaldante.
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Do milagre capital à soleira do Monte das Oliveiras.
Lá no alto da colina passam ventos,
Caem orvalhos,
Sarapalham neblinas,
Re-colhem solidões e silêncios
Dos noctívagos devaneios do Ser,
O catavento dos im-pretéritos gira
Às in-versas da verdade,
O rodamoinho das impermanências
Dá voltas sublimes na ampulheta
Dos segredos, gritos e apelos,
Em cujas bordas os solstícios do crepúsculo
Pre-figuram e con-figuram de efígies
O sacrário das ilusões do perdão e misericórdia,
Lobos uivam à mercê da chuvinha fina,
Enquanto a coruja, encolhida,
Protegida pelas folhas da árvore,
Enleva seu cântico circunspecto ao murmúrio
Dos sonhos em marcha.
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Lá no alto da colina as luzes
Rarefeitas de brilho e cintilância
Incorrem no vazio do nada,
Pers-pectivando as imagens etéreas do éden
Re-presentado pelas sin-estesias do ab-surdo,
Pres-ent-ficado pelas metapoéticas
Da alma penada
De pecados e pecadilhos do livre-arbítrio.
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Luzes que iluminam caminhos de trevas,
Explícitos e eternos,
São viagens ao infinito dos verbos de sonhos,
Das regências viçosas no sono extasiante,
Gerências da poeira nos becos solitários,
Esvoaçando as folhas da memória,
Fogos e chamas imortais da fin-itude e morte...
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Quero lúcida e lúdica
A travessia do “A” ao “G”,
O que há de mistério e inconsciente,
Equívocos destros das gauches inspirações,
O que há de mítico e místico,
Vistas solipsistas da metafísica sem eiras e beiras,
O que há de lenda e folk-lore,
Tristes trópicos que despertam o saber e a sabedoria,
O que há de mitológico
Do nada quiçá possa haver...


#riodejaneiro, 23 de janeiro de 2020#

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