#MAGIA DE DESVARIOS ORL-ÁSTICOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA


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Elásticos da orla marítima... desvarios do aquém e do além, da náusea, da liberdade, do silêncio e vazio, travessias e nonadas de ocos. Eu no escuro nu do quarto, desnudo de vestes, as comiserações com o "{pleonasmo vicioso} sejam-me de esmola, de pena", quando dormir quero sonhar a licitude da alegria e do júbilo, a silencitude do prazer e gozo, quero sonar as irreverências, polêmicas, heresias, sentir-lhes presentes n´alma, almejo sonorizar os nãos da razão frente à sublimitude dos con-sentimentos das sensações do espírito e subterrâneo, esplendê-las por todas as esquinas, praças públicas, botequins e bares, quiosques à beira mar, contíguos à calçada onde a emissora de rádio transmite as canções e baladas e as palavras se mostram nas linhas, vestir-me de drinks, compondo o sonido das contradições e nonsenses. À procura da lua ou talvez de mim num piscar lento, boiando à luz do olvidamento de quem insisto em ser.
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Forma visível, grotesca e perversa,
zombeteira, sem relevância,
inerente a ela, a negação
do significado que deveria afirmar,
pensando eu era eu,
não era quem não era,
não era quem, além, aquém.
Lembra-me o tempo,
mas para que possa esquecê-lo
por um momento de vez em quando
e não gaste todo meu fôlego
tentando conquistá-lo,
silencio o desejo
de calar
a memória,
emudeço a
liberdade de vociferar
o nada,
em contra-silêncio, sussurro os abismos
da contingência de zaragalhar
o vazio - oh, Dylan Thomas,
Não entrei nesta noite a-colhedora
Com doçura.
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Seria que neste instante-limite em que ideais borbulham nas bordas das quimeras destituídas de quaisquer sensíveis presenças, pura magia de devaneios oceânicos em madrugada de ventos, de milagres da passagem dos grãos de areia na garganta da ampulheta, ondas altas, pudesse ao menos con-templar os vestígios de utopias se anunciarem, revelaram-se e se ocultaram; não houve qualquer modo de re-colhê-las na anunciação, a-colhê-las no ocultamento, enfim não habita a alienação a ideologia dos contrários, margens esquerda e direita do Senna paradisíaco, mas afaguei-lhes no colo de minhas quimeras e utopias do "sândico" sublime Francês?
#riodejaneiro, 28 de janeiro de 2020#

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